18 de setembro de 2025
Politica

Economista diz ter sido demitido após gritar ‘sem anistia’ para Tarcísio em SP

O economista e professor universitário Ivan Paixão foi desligado no último dia 8 de uma consultoria que prestava na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do governo paulista. A demissão ocorreu dois dias depois de ele gritar “sem anistia” ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Procurada pelo Estadão, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas disse que não vai comentar o caso. O governo de São Paulo não retornou o contato.

No dia 5, Tarcísio caminhava com assessores rumo à sede da B3, no centro de São Paulo, para acompanhar o leilão de concessão rodoviária do lote Paranapanema. Ivan contou ao portal Metrópoles que estava em um café próximo ao prédio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, acompanhado de uma colega, quando avistou a comitiva.

O governador paulista Tarcísio de Freitas em leilão da concessão do Lote Paranapanema de rodovias.
O governador paulista Tarcísio de Freitas em leilão da concessão do Lote Paranapanema de rodovias.

Ele disse ter repetido duas vezes o grito “sem anistia”, em protesto contra projeto apoiado por Tarcísio para perdoar condenados pelos atos do 8 de Janeiro e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o economista, Tarcísio chegou a responder com um gesto de cabeça.

Minutos depois, relatou, um homem que acredita ser ligado à equipe de segurança do governador o observou de uma mesa próxima enquanto mexia no celular. Ivan disse acreditar que foi nesse momento que teve sua identidade registrada, já que estava sem crachá ou uniforme que o identificasse como funcionário terceirizado.

Na segunda-feira seguinte, recebeu a notícia da demissão. “Fui para o trabalho e falaram que o presidente da CDHU, o Reinaldo Iapequino, ligou no fim de semana para a Fipe, para os responsáveis do projeto, dizendo que tinha um relatório com o meu nome. E que era para me desligar imediatamente, sem explicar o porquê”, disse ao Metrópoles.

De acordo com Ivan, a Fipe não sabia a razão do desligamento. “O meu chefe até perguntou se tinha vazado algum vídeo meu, alguma coisa. Só que o presidente da empresa estava com o meu nome lá com ele, falou de dossiê, um relatório com tudo sobre mim e mandando me tirar da consultoria”, relatou. Ivan atuava no projeto havia cerca de um ano e meio.

 

 

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