Sem citar Bolsonaro, Tarcísio defende anistia como ‘pacificação’ e diz não querer impunidade
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu neste sábado, 20, a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro como um “fator de pacificação” da sociedade brasileira. Os comentários foram feitos em visita dele à cidade de Vera Cruz, no interior do Estado.
“O que a gente não quer é a impunidade, mas o que a gente precisa paz dialogada. A gente reza para que o relator tenha a maior sabedoria do mundo para contemplar pessoas que estão hoje padecendo na cadeia e não sabiam nem exatamente o que estavam fazendo, para que elas possam ser liberadas o mais rápido o possível e para que o Brasil possa encontrar o caminho de paz. Então, eu tenho certeza que o Parlamento vai dar sabedoria para que a gente encontre o caminho da Justiça e da pacificação”, disse Tarcísio.

O governador não se referiu especificamente ao caso do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta semana, a Câmara aprovou a urgência do projeto de lei sobre a anistia. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), designou como relator o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), próximo tanto de Tarcísio quanto do Supremo Tribunal Federal.
O parlamentar paulista, por sua vez, passou a chamar a proposta de “PL da Dosimetria”, descartando uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. Ele, porém, afirmou que o texto reduzirá penas, beneficiando Bolsonaro, mas sem afrontar o STF. Paulinho recorreu ao ex-presidente Michel Temer para ajudar na articulação com o STF.
A posição de Paulinho, contudo, desagradou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que chamou o acordo que está sendo articulado de indecoroso e infame. À CNN Brasil, o relator do PL ponderou as críticas do filho do ex-presidente. “Com o pai dele nessa situação, entendo o drama que ele está passando e compreendo essa posição de ficar ameaçando todo mundo”, disse.