Deputado que pediu perdão a Moraes deve continuar a ser processado, diz PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) continue a processar por coação e injúria o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que pediu desculpas publicamente por ter xingado de “canalha” e “esgoto” o ministro Alexandre de Moraes em lives. A PGR entendeu que a retratação do réu só exclui o crime de difamação.
A decisão será tomada pelo relator do caso, ministro Nunes Marques, que recebeu o parecer da Procuradoria no último dia 8. Em 2023, Otoni se tornou réu no STF por ter feito ofensas pessoais e ameaças ao ministro Alexandre de Moraes na internet em 2020.
Na ocasião, o então vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara chamou Moraes de “mil vezes canalha” e disse: “Por isso é chamado de cabeça de ovo, cabeça de piroca. Alexandre de Moraes, você é um lixo, o esgoto do STF, a latrina da sociedade brasileira”. O parlamentar também insinuou que o ministro era ligado a facções criminosas e recebia serviços ocultos de “escritórios” em Brasília.
Em junho passado, o pastor evangélico pediu perdão. Publicou um vídeo em que admitiu ter usado “palavras inapropriadas” contra o ministro do Supremo. “Palavras essas que eu nem vou repetir”, disse.
E o deputado acrescentou: “Eu quero, com a alma cheia de paz no coração, entendendo que este foi o momento que eu desejo apagar da história da minha vida, eu gostaria de me dirigir ao ministro Alexandre de Moraes e pedir desculpas, perdão, por este comportamento”.
