22 de setembro de 2025
Politica

Ratinho Jr. fala em ‘solução política’ para anistia, critica PEC da Blindagem e minimiza atos

O governador do Paraná e pré-candidato à Presidência da República, Ratinho Jr. (PSD), defendeu uma “solução política” para a anistia dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, e que deve incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se necessário. Segundo Ratinho, muitas “injustiças” foram cometidas no processo jurídico dos últimos anos.

“Prefiro uma anistia que pacifique o País. O Congresso tem que estudar a melhor alternativa. Temos visto até alguns membros do próprio STF meio que dando essa sinalização para que o Congresso possa achar uma solução política”, disse o governador a jornalistas após palestra na Associação Comercial de São Paulo.

Ratinho Júnior, governador do Paraná, em palestra na Associação Comercial de São Paulo
Ratinho Júnior, governador do Paraná, em palestra na Associação Comercial de São Paulo

“O Supremo faz uma decisão jurídica. Apesar de termos visto muita política também na metodologia do Supremo. Mas o Congresso faz uma análise política do processo e tem que se dedicar a isso.”

De acordo com Ratinho, o mais importante agora “não é achar certo ou errado”, mas sim a “pacificação” do País. Sobre inclusão ou não de Bolsonaro no projeto que está sendo construído por Paulinho da Força (Solidariedade), o paranaense disse que apoiaria se isso pacificasse a relação entre os brasileiros e defendeu a busca por “alternativas”.

“Se tiver que colocar atores políticos nesse processo, junto com aqueles que participaram do dia 8 de janeiro, e isso pacificar o País, esse é o caminho que o Brasil tem que tomar”, continuou.

Ao longo da conversa, o governador criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem. Segundo ele, a Câmara dos Deputados tomou uma atitude “precipitada”, pouco discutida com outros setores da sociedade. Ele também destacou que a PEC não colabora com a segurança jurídica para as autoridades parlamentares, tampouco traz para a sociedade uma demonstração de que as autoridades estariam protegidas no sentido de exercer seu serviço com independência, seja para falar, divulgar ou defender pautas.

“Eu acho que o Senado está certo, neste momento, em fazer uma reflexão sobre esse tema”, disse Ratinho. “Se você comete um ato, tem que pagar como qualquer outro cidadão. A sociedade lutou muito tempo para acabar com o foro privilegiado. O que estamos vendo hoje é uma medida que muda toda essa lógica que a sociedade defende há tantos anos.”

O governador paranaense também minimizou o impacto das manifestações de esquerda realizadas no último domingo, 21, nas capitais do País. Nos atos, participaram diversas lideranças do PT, PSOL, PSB e PCdoB, além de receber reconhecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no X. Os atos tiveram como alvo principal o Congresso, a PEC da Blindagem e a urgência do projeto de anistia. Segundo a Universidade de São Paulo (USP), 42,4 mil pessoas se reuniram na Avenida Paulista.

“É uma manifestação política e partidária, como tem de um lado e de outro também. São narrativas criadas para mostrar quem está de fora de um lado ou de outro”, afirmou. “Para a sociedade, isso pouco interessa. O que interessa é que o Congresso funcione bem, com responsabilidade.”

Também esteve presente o secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. “Que possamos tê-lo efetivamente no comando do nosso País”, disse Kassab.

 

 

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