23 de setembro de 2025
Politica

Moraes pede a Zanin para marcar julgamento do ‘núcleo 4′ da tentativa de golpe no STF

O ministro Alexandre de Moraes pediu nesta segunda-feira, 22, ao presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, que defina a data do julgamento de sete réus acusados de integrar o “núcleo 4″ da tentativa de golpe de Estado, que buscou reverter o resultado das eleições de 2022.

O grupo é formado por militares e ex-integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsáveis pela disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e por ações de suporte logístico que teriam abastecido os ataques de 8 de janeiro de 2023.

Na foto, o ministro Alexandre de Moraes.    FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Na foto, o ministro Alexandre de Moraes. FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Na decisão, Moraes ressaltou que todas as diligências solicitadas pelas defesas foram cumpridas, que os interrogatórios e oitivas de testemunhas já ocorreram e que tanto a PGR quanto os advogados dos acusados apresentaram alegações finais.

Com isso, os réus Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Carlos César Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Reginaldo Vieira de Abreu seguem para julgamento de mérito. Nenhum pedido de absolvição sumária foi acolhido pelo relator.

O ex-major do Exército Ailton Barros era o interlocutor deWalter Braga Nettono diálogo em que o ex-ministro chama o general Freire Gomes de “cagão”. “Oferece a cabeça dele”, disse Braga Netto a Barros. Segundo a PGR, o ex-major seguia “orientações diretas” do general.

O major Ângelo Martins Denicoli é acusado de produzir materiais “falaciosos” sobre o sistema eletrônico de votação. Denicoli foi citado por Alexandre Ramagem em um memorando ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre urnas eletrônicas.

Segundo a Procuradoria, Denicoli e Ramagem atuaram em “parceria”. “Reuni grupo técnico, de confiança, para trabalho de aprofundamento da urna eletrônica. Estou com ajuda do Denicoli nessa empreitada”, disse Ramagem a Bolsonaro no memorando.

O julgamento será realizado pela Primeira Turma do STF, composta por Moraes, Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. A expectativa é de que o colegiado decida ainda neste ano as penas ou eventuais absolvições dos acusados, em mais uma etapa do processo que já condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados próximos por participação na trama golpista.

 

 

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