Anúncio de encontro com Trump rende saldo positivo a Lula nas redes, mostra levantamento
O anúncio de um encontro entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) movimentou as redes sociais nesta terça-feira, 23, e rendeu saldo positivo para o petista. Levantamento da AP Exata mostra que a maioria dos comentários no X (antigo Twitter) e no Instagram foi favorável a Lula, contra um quarto de críticas.
Trump revelou o alinhamento para uma reunião durante discurso na Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira, 23, surpreendendo Lula e seus aliados. “Ele me parece um homem muito bom. Ele gostou de mim, eu gostei dele. E eu só faço negócios com quem eu gosto”, disse Trump. “Tivemos uma química excelente. Isso é um bom sinal”, emendou o americano.
O republicano falou logo depois do brasileiro, que havia feito um discurso duro, citando processo que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado e denunciando ataques à soberania do Brasil, alvo de sanções dos EUA.

Segundo levantamento da AP Exata, a fala de Trump sobre o encontro rendeu 51,4% de comentários positivos a Lula. As críticas ao presidente brasileiro somaram 25,2%, enquanto 12,6% miraram Trump. Apenas 11% expressaram apoio explícito ao americano.
A consultoria de dados também mediu as reações por espectro ideológico. Na esquerda, os elogios a Lula foram quase unânimes (95,3%); na direita, prevaleceram os ataques ao presidente (88%), com defesas pontuais a Trump (4%). Entre os moderados, Lula levou a melhor: alcançou 47% de aprovação, o sentimento predominante nesse grupo.
“Os temas mais falados foram a frase ‘química excelente’ e o possível encontro. A esquerda destacou Lula como estadista e ironizou a direita ‘antipatriótica’, enquanto a direita falou em armadilha, prevendo que Lula passará vergonha”, diz Sergio Denicoli, CEO da Ap Exata e cientista de dados.
Segundo ele, no centro, prevaleceram comentários descritivos ou brincadeiras, mas com um tom esperançoso. “Também apareceram memes como “faz o L” e “Nine”, além de lembranças das tarifas e sanções de Trump. Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo se pronunciaram, elogiando a estratégia de Trump e prevendo que o presidente americano irá pressionar por uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.”