26 de setembro de 2025
Politica

Última sessão presidida por Barroso vira homenagem do STF a si mesmo por julgar trama golpista

A última sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) presidida por Luís Roberto Barroso rendeu homenagens ao ministro e também à própria Corte. Em discurso emocionado, o decano, Gilmar Mendes, elogiou nesta quinta-feira, 25, o colega e a forma como ele conduziu o tribunal durante o julgamento do principal núcleo acusado de tramar um golpe de Estado. Entre os condenados, está Jair Bolsonaro.

“A presidência de vossa excelência entra para a história em que, pela primeira vez, um ex-chefe de Estado é condenado por tentativa de golpe de Estado, um fato raríssimo em termos mundiais”, disse Mendes. “Após uma nova rodada de ataques, de violência e ousadia inéditas, que irrompeu sobre esta Corte durante sua presidência, posso asseverar novamente, com renovada convicção: o Supremo Tribunal Federal sobreviveu”, completou.

Última sessão do STF presidida por Luís Roberto Barroso teve discurso dele e de Gilmar Mendes
Última sessão do STF presidida por Luís Roberto Barroso teve discurso dele e de Gilmar Mendes

A sessão contrasta com discussões do passado. Em 2018, Mendes acusou Barroso de manobrar julgamentos. Barroso disse, em resposta, que o colega era uma “pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”. Hoje, Mendes disse sobre o presidente: “Seu estilo elegante, sua palavra assertiva e sua condução tranquila, mesmo em meio às tormentas, serão sempre lembrados”.

No discurso de despedida, Barroso também lembrou o julgamento, encerrado na Primeira Turma no dia 12. “Tenho muito orgulho de ter divido com todos a aventura de defender a Constituição Federal, a democracia e a justiça nesse país complexo”, disse o presidente.

Também em discurso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse que Barroso atuou para viabilizar o julgamento sobre a trama golpista e prestou apoio para que tudo fosse feito com agilidade.

Gonet acrescentou que não será esquecida a presença do ministro na última sessão do julgamento sobre a tentativa de golpe, em sinal de apoio aos colegas. Como presidente do STF, Barroso não participa dos julgamentos nas turmas.

Barroso deixa oficialmente o cargo na segunda-feira, 29. Ele será substituído por Edson Fachin, que comandará o tribunal por dois anos.

 

 

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