Moro será julgado por calúnia contra Gilmar Mendes na Turma de Zanin na próxima semana
O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cristiano Zanin, marcou para o dia 3 de outubro julgamento envolvendo o decano da Corte, Gilmar Mendes, e o senador Sergio Moro (União-PR).
Moro é réu por calúnia contra o ministro desde junho de 2024. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o senador devido a um vídeo no qual ele fala em “comprar um habeas corpus” de Gilmar. A defesa de Moro alega que a declaração foi uma brincadeira.
A notícia sobre a definição do julgamento, entretanto, também repercutiu por outro motivo: Moro e Zanin voltam a se encontrar em uma corte, mas, desta vez, em posições quase invertidas.
Moro foi juiz da Operação Lava Jato, que teve como um dos réus o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Zanin foi advogado de Lula no processo que condenou o petista e, mais tarde, foi anulado.
Cristiano Zanin vai julgar recurso do Sergio Moro por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. A terraplana capota em cima de golpistas. pic.twitter.com/9Ln01Y1uL8
— Pedro Ronchi 🇧🇷 (@PedroRonchi2) September 24, 2025
Se condenado a mais de quatro anos de prisão, Moro poderá perder o mandato de senador. Como o crime de calúnia não é previsto na Lei da Ficha Limpa, ele não pode ficar inelegível caso seja declarado culpado no caso.
Como mostrou o Estadão, o senador tentou salvar parte da PEC da Blindagem para exigir autorização do Congresso para parlamentares serem processados por crimes contra a honra – que é o caso do processo de Gilmar contra o senador.