Trump é tóxico para candidato ao Planalto que se aproximar dele, aponta pesquisa
Uma pesquisa do instituto Ipespe, obtida pela Coluna do Estadão, deixa claro que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é tóxico para qualquer um que deseje disputar o Palácio do Planalto em 2026. Entre os presidenciáveis da direita, quem mais fez acenos ao chefe da Casa Branca foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que chegou a usar um boné da campanha do americano e inicialmente apoiou o tarifaço.
O levantamento não aborda nomes, mas questiona o que os brasileiros pensam sobre a influência do apoio ou da proximidade de Trump para candidatos à Presidência do Brasil. Na opinião de 57%, o republicano prejudica a candidatura. Na pesquisa anterior, em julho, 53% pensavam dessa forma. Os que dizem que a relação com o republicano ajuda eram 32% e agora são 29%. Outros 14% não souberam ou não responderam, tanto na pesquisa anterior quanto na atual.
Essa percepção eleitoral é resultado da rejeição à imposição de tarifas contra as importações brasileiras. Permaneceu em 61% o porcentual dos que rejeitam as medidas do republicano, mas caiu de 33% para 30% os que aprovam. Os que não souberam ou não responderam eram 7% e agora são 9%.
Em contrapartida, o levamento mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu colher frutos da disputa, o que reforça a leitura de que ação nos EUA, que conta com o apoio do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi mais um baque para a direita no Brasil e deu um discurso eleitoral para a esquerda.
Aprovação da resposta do governo Lula ao tarifaço subiu de 50% para 53% e reprovação caiu de 46% para 41%. Os que não responderam ou não souberam eram 5% e agora são 6%. A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 22, um dia antes da “química excelente” entre o petista e Trump durante rápido encontro na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.
