Mendonça vota para manter prisão do ‘Careca do INSS’
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira, 26, para manter a prisão preventiva de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como lobista do esquema de descontos indevidos em aposentadorias.
Por enquanto, apenas Mendonça votou. O julgamento está em curso no plenário virtual do STF. Nessa modalidade, os ministros têm até uma semana para registrar suas posições na plataforma online, sem debate em tempo real sobre o processo.
“Voto pelo referendo da decisão, tal como proferida”, escreveu o ministro no despacho de uma única linha. Foi o próprio Mendonça quem decretou a prisão do lobista e depois submeteu a decisão individual ao crivo da Segunda Turma.
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, se declarou impedido e não vai participar do julgamento. Estão pendentes os votos de Edson Fachin, Kassio Nunes Marques e Dias Toffoli.
O “Careca” repassou R$ 9,3 milhões a servidores do INSS suspeitos de corrupção. Ele é descrito no inquérito como “pagador de vantagens indevidas” e alguém “profundamente envolvido no esquema de descontos ilegais”. O empresário nega.
Ao decretar a prisão, no último dia 11, o ministro André Mendonça considerou a medida “urgente e imprescindível” para evitar a obstrução das investigações e até uma fuga.
A hipótese foi levantada pela Polícia Federal depois de descobrir que ele viajou dias antes da Operação Sem Desconto e escondeu carros de luxo para evitar a apreensão dos veículos. Além disso, um testemunha relatou ameaças e disse que ele comprou uma casa nos Estados Unidos com a intenção de deixar o País.