Em dúvida sobre permanência no STF, Barroso diz que ‘há outros lugares relevantes’ além da Corte
O ministro Luís Roberto Barroso disse nesta terça-feira, 30, que ainda não definiu se ficará no Supremo Tribunal Federal (STF) até a aposentadoria compulsória, em 2033, ou se vai a Corte antes desse prazo. Segundo ele, “há outros espaços relevantes na vida brasileira”.
Em evento do grupo Lide, de que participou, Barroso afirmou que avalia “todas as possibilidades, inclusive a de ficar”. Ele deixou a presidência do STF na segunda-feira, 29, após dois anos no cargo. Ao fazê-lo, descartou a aposentadoria imediata, mas deixou a possibilidade em aberto para o futuro.

“É muito difícil deixar o Supremo, que para quem tem compromisso com o Brasil, como eu tenho, é um espaço relevante. Mas há outros espaços relevantes na vida brasileira, de modo que eu estou considerando todas as possibilidades, inclusive a de ficar”, disse.
No último domingo, 28, ele também falou sobre o assunto em entrevista à GloboNews, afirmando que vai fazer um retiro espiritual de uma semana para refletir sobre seu futuro.
“Eu já disse isso com toda franqueza: quando minha mulher ainda era viva, nós tínhamos um ajuste de que eu sairia depois da minha presidência, para aproveitar o instante, para a gente passear. Essa motivação já não tenho”, declarou. Sua esposa, Tereza Cristina Van Brussel Barroso, faleceu no início de 2023.
O ministro ponderou que, se decidir permanecer no setor público, deve continuar no STF. “O Supremo tem muitas coisas boas. Tem um lado negativo: a exposição das pessoas que você gosta. Minha mulher sofria, meus filhos. Um nível de maldade.”
Com a saída de Barroso da presidência, o ministro Edson Fachin assumiu o comando do tribunal para um mandato de dois anos.