3 de outubro de 2025
Politica

Fraude no INSS: agente da PF movimentou R$ 2,8 milhões em um ano em transações atípicas, diz Coaf

O agente afastado da Polícia Federal (PF) Philipe Roters Coutinho, investigado por supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), movimentou R$ 2,8 milhões em um ano, em transferências incompatíveis com seu patrimônio e atípicas para servidores públicos, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O documento, obtido pela Coluna do Estadão, foi enviado pelo Coaf à CPI do INSS.

Procurado por meio da PF, Coutinho não respondeu. O espaço segue aberto a eventuais manifestações. A Polícia Federal disse que não se manifesta sobre investigações em andamento. A corporação não respondeu que medidas tomou sobre a conduta do funcionário.

O órgão de combate à lavagem de dinheiro analisou uma conta de Coutinho ao longo de um ano, entre maio de 2024 e maio de 2025. Nesse período, o agente da PF movimentou um total de R$ 2,8 milhões — R$ 1,4 milhão de crédito e R$ 1,4 milhão de débito.

Segundo o Coaf afirmou à CPI do INSS, o fluxo de dinheiro é “incompatível com o patrimônio” do agente, além de “atípico” para servidores públicos. O relatório aponta que Coutinho tinha um rendimento mensal de R$ 13 mil na PF.

Sede da Polícia Federal
Sede da Polícia Federal

Agente da PF foi flagrado com US$ 200 mil em operação

Uma operação policial em abril apreendeu US$ 200 mil em dinheiro vivo com Coutinho. Na ocasião, a defesa do servidor disse que ele não tinha “qualquer vínculo com as questões relativas ao INSS”, e que as explicações sobre a origem do dinheiro seriam “prestadas perante as autoridades competentes no momento oportuno”.

Segundo a corporação, no fim do ano passado o agente conduziu alvos da PF por uma área restrita no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde o servidor trabalhava. A investigação apontou que ele usou uma viatura da PF para escoltar o empresário Danilo Trento e o então procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira. Tanto Coutinho quanto Oliveira foram afastados dos cargos pela Justiça.

A PF apontou “ilegalidade” na conduta do agente. Também alertou sobre “movimentações em viagens com perfil de compra atípico, consubstanciadas em deslocamentos com compra de passagens ‘em cima da hora’ e voos ‘bate/volta’, principalmente para Brasília”.

“Revelou-se uma aparente engrenagem criminosa com ramificação na Polícia Federal, contando com a participação do agente Philipe Roters Coutinho”, disse a PF à Justiça.

CPI pediu prisão do agente da Polícia Federal

No mês passado, a CPI do INSS aprovou pedidos de prisão preventiva contra 21 alvos das investigações, a exemplo de Coutinho. Os ofícios foram enviados à Polícia Federal.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *