PF apreende celular de fundador da Reag em ação contra lavagem de dinheiro do PCC
O empresário João Carlos Falbo Mansur, fundador da gestora de fundos Reag Investimentos, teve o celular apreendido nesta sexta-feira, 3, em uma nova fase da Operação Quasar.
O Estadão apurou que o empresário foi abordado na rua, em São P pela Polícia Federal para entregar o aparelho. A reportagem busca contato com a defesa.
A PF informou que “a ação visa desarticular esquemas complexos de movimentação e ocultação de valores ilícitos no setor financeiro”.
Mansur é um dos principais suspeitos de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de fundos de investimento.
No início do mês, ele renunciou ao cargo e distribuiu aos sócios sua participação majoritária na Reag.
O empresário também é citado na Operação Carbono Oculto. Ele geriu fundos diretamente implicados na ocultação de dinheiro suspeito. A sede da empresa foi alvo de buscas no início do mês.

‘Patrimônio é uma farsa’
O Ministério Público de São Paulo identificou inconsistências nos rendimentos do empresário. Em um dos relatórios da investigação, o MP afirma que a divergência “alcança níveis que chegam ao absurdo”.
“Uma empresa, que sequer declara receitas, distribui dividendos em valor 100 vezes maior que sua movimentação financeira”, diz o documento.
Tudo, segundo suspeitam os investigadores, “com objetivos puramente comerciais”. A principal hipótese é que ele pretendia inflar o patrimônio para atrair investimentos – lícitos e ilícitos.
“Trabalha com uma gestora de fundos de investimento e, neste caso, o volume patrimonial é um atestado de que João Carlos Mansur é um profissional bem-sucedido, com quem terceiros podem investir seus recursos, uma vez que o próprio gestor é uma pessoa com elevado patrimônio. Os dados econômico-fiscais demonstram que todo esse patrimônio é uma farsa”, aponta o MP.