9 de outubro de 2025
Politica

Planalto faz ofensiva sobre partido de Tarcísio para salvar MP do IOF e vê ‘guerra eleitoral’

O governo Lula faz uma ofensiva nesta quarta-feira, 8, para tentar convencer o Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a apoiar a a Medida Provisória com alternativas de arrecadação a um aumento maior do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Integrantes do Palácio do Planalto ouvidos pela Coluna do Estadão dizem ver a “digital” de Tarcísio na articulação contra a MP e avaliam que o pano de fundo é a eleição de 2026.

A proposta foi aprovada por margem apertada em comissão mista do Congresso na noite desta terça-feira, 7. Agora corre o risco de ser derrubada no plenário da Câmara, admitem governistas.

O Planalto vai procurar o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, o líder da bancada da sigla na Câmara, Gilberto Abramo (MG) – que votou contra a MP na comissão mista -, e outros deputados da legenda. O governo aposta na divisão interna dos partidos do Centrão – incluindo PP, União Brasil e Podemos – para salvar a MP, que precisa ser aprovada ainda hoje tanto na Câmara quanto no Senado.

Governistas dizem não ver razão técnica para a rejeição da MP e apontam quebra de acordo de partidos e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na articulação para derrubar a MP porque o governo fez uma série de concessão como a retirada da taxação maior das bets e a manutenção da isenção para LCI e LCA.

A operação governista para aprovar a MP inclui o relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, além dos líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Em entrevista à GloboNews, Zarattini disse que Tarcísio está “usando seu tempo para pressionar deputados”.

A proposta original da Fazenda gerava cerca de R$ 10 bilhões em arrecadação ao governo neste ano e R$ 20 bilhões em 2026, ano em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve concorrer à reeleição. A proposta, porém, foi desidratada após forte pressão dos setores afetados pelo aumento da tributação.

Segundo Zarattini, as alterações reduzem em R$ 3 bilhões a estimativa de arrecadação em 2026, mas economistas de fora do governo apontam que a desidratação pode ser maior.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

 

 

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