11 de outubro de 2025
Politica

TST recua de sala VIP no aeroporto de Brasília e cancela contrato de R$ 1,5 milhão

BRASÍLIA – Diante do desgaste de imagem sofrido nos últimos dois meses, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu cancelar o contrato de locação de uma sala VIP no aeroporto de Brasília por R$ 1,5 milhão.

O recuo foi confirmado pelo novo presidente do TST, Luiz Phillippe Vieira de Mello em entrevista ao UOL. De acordo com o magistrado, a decisão foi tomada por unanimidade, assim como foi na votação pela contratação da sala VIP.

Sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília
Sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília

O contrato celebrado pela Corte dava direito a atendente exclusivo e transporte executivo entre o portão de embarque e a aeronave para evitar encontros com “pessoas mal intencionadas ou inconvenientes”.

O uso da expressão “pessoas inconvenientes” no estudo técnico também pesou no desgaste do TST. O Tribunal alegou motivos de segurança para fazer a contratação direta – ou seja, sem licitação – da Inframérica, que administra o aeroporto de Brasília.

“A forma atual dos embarques e desembarques aéreos das autoridades propicia a aproximação de indivíduos mal intencionados ou inconvenientes, o que expõem esses dignitários a riscos evitáveis”, justificou o TST no estudo preliminar técnico da obra.

Mas a justificativa não condizia com as regalias garantidas aos magistrados. O acordo de utilização da sala VIP previa estacionamento privativo, serviço de recepção no aeroporto com direito a um atendente para acompanhar as autoridades e transporte executivo para que os ministros não tivessem que utilizar ônibus com demais passageiros quando o avião estivesse estacionado longe de um portão de embarque.

Conforme o contrato, o custo do acompanhamento individualizado de um funcionário do aeroporto era de R$ 284 por atendimento. Já o deslocamento em transporte executivo custava R$ 144 cada vez que for utilizado. Esses benefícios seriam pagos com recursos públicos do TST.

Apesar do recuo, o TST desembolsou R$ 85 mil numa obra de readaptação do local. O Estadão questionou a Corte se o contrato prevê reembolso desse valor, mas não houve resposta até o momento.

 

 

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