Deputado evangélico que orou com Lula e Messias andou na garupa de Bolsonaro em motociata
O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que nessa quinta-feira, 16, orou no Palácio do Planalto com o presidente Lula (PT) e o advogado-geral da União Jorge Messias, favorito ao Supremo Tribunal Federal (STF), andou na garupa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma motociata e era recebido pelo então presidente até fora da agenda.
Durante o governo Bolsonaro, Cezinha exibia na sala de seu apartamento funcional, em Brasília, o retrato com o então presidente na motociata de 12 de junho de 2021. Na época, era chefe da bancada evangélica na Câmara e vice-líder do governo no Congresso. Procurado, o parlamentar não respondeu.
Intitulado “Motociata Acelera para Jesus”, o evento em São Paulo aconteceu em um período crítico da pandemia. Na véspera, 2.215 brasileiros haviam morrido e 86.061 novos casos da doença foram registrados. Bolsonaro não usou máscara na aglomeração, um hábito do então presidente.

O pastor participou ativamente da indicação de André Mendonça para o STF, chamado por Bolsonaro de “terrivelmente evangélico”. Durante os quatro meses de espera para Mendonça ser sabatinado no Senado, Cezinha mantinha contato próximo com o ex-ministro de Bolsonaro. “Passávamos uma agonia juntos. Nossa conversa era: ‘Vamos vencer. Deus preparou este momento, nós não somos covardes. O bem venceu”, disse na ocasião.
Encontro com Lula aponta favoritismo de Messias ao STF
Nessa quinta-feira, 16, Lula recebeu em seu gabinete o deputado Cezinha de Madureira, pastor que carrega no sobrenome político sua igreja, a Assembleia de Deus Madureira; o pastor Igor Nunes Ferreira; a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; e o advogado-geral da União, Jorge Messias, favorito a uma vaga no STF.
Evangélico, Messias tem contribuído com a aproximação de Lula com esse segmento. O petista recebeu dos pastores a Bíblia do Culto do Ministro e a edição de ouro do Centenário de Glória da Igreja. “Oraram pelo Brasil e pelo presidente!”, escreveu Gleisi nas redes sociais.

O advogado-geral da União é visto por Lula como alguém “maduro” para assumir uma cadeira no STF. Como mostrou a Coluna do Estadão, integrantes do Planalto duvidam que o Senado barre o nome de Messias. Gleisi afirmou que não vai se intrometer na escolha de Lula, mas reconheceu que o colega é uma pessoa “de confiança” do presidente.