As imagens permaneceram 50 anos no Acervo do Estadão, que em sua edição de 1º de fevereiro de 1975 publicou duas delas, feitas em um imóvel da Casa Verde, na zona norte de São Paulo. Já as imagens da gráfica em Campo Grande, no Rio, ficaram décadas no arquivo do jornal. São imagens históricas, pois retratam a ofensiva dos órgãos de segurança do regime que produziu os últimos desaparecidos políticos, todos dirigentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), agremiação que pregava a resistência democrática ao governo e negara o caminho das ações armadas.
A ação que levou às gráficas tinha o objetivo de desmantelar a estrutura da imprensa do partido. Tanto no Rio quanto em São Paulo, dispositivos secretos abriam alçapões e paredes que protegiam cômodos secretos onde as máquinas das gráficas e impressos eram escondidos. No dia 31 de janeiro, a polícia convocou a imprensa para mostrar os “aparelhos da subversão”. A imprensa, ainda que clandestina, era considerada uma arma de guerra por quem considerava a política uma continuação da guerra por outros meios e não o contrário, invertendo o famoso aforisma de Clausewitz.
O sítio onde ficava a gráfica do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que funcionava em Campo Grande, Rio de Janeiro: militares chegaram em 31 de janeiro de 1975. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOCasa do sítio onde foi encontrada a gráfica do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que funcionava em Campo Grande, Rio de Janeiro. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃODispositivo com o qual se abria o alçapão que levava ao cômodo secreto onde ficava a gráfica do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que funcionava em Campo Grande, Rio de Janeiro. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOAlçapão que levava ao cômodo onde ficava a gráfica que imprimia o jornal Voz Operária, descoberta pelos militares em janeiro de 1975. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOPoliciais mostram aos jornalistas a entrada do alçapão que dava para o cômodo que escondia a gráfica do PCB no Rio: operação do DOI/II Exército deixou um rastro de prisões e mortes. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOInterior da gráfica do PCB, estourada pelos militares em Campo Grande, no Rio, na ofensiva do Exército contra a imprensa clandestina do partido. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOMaterial apreendido dentro da gráfica descoberta pelos militares: fotos inéditas do Acervo do Estadão da ofensiva final contra o PCB. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOMáquinas da gráfica do PCB que imprimia o jornal Voz Operária, no Rio: descoberto após funcionar durante dez anos na ditadura. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃODispositivo com o qual se abria o alçapão que levava ao cômodo secreto onde ficava a gráfica do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que funcionava em Campo Grande, Rio de Janeiro. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOMaterial gráfico apreendido no imóvel do sítio em Campo Grande: militares queriam impedir a impressão do jornal Voz Operária na ofensiva final contra o PCB. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOVista lateral do imóvel onde ficava a gráfica do PCB: ação de infiltrado no partido levou os militares ao imóvel no Rio. SUCURSAL RIO WALTER/ ESTADÃOO imóvel onde ficava a gráfica que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) estava instalando no bairro da Casa Verde, São Paulo e que foi descoberta pelo Exército. MARCOS / ESTADÃOUma das imagens inéditas dos fundos da casa usada pelo PCB para construir uma nova gráfica para seu jornal em São Paulo: militares levaram jornalistas ao imóvel. MARCOS / ESTADÃORegistro que abria uma passagem secreta para o cômodo onde o PCB estava erguendo sua gráfica na Casa Verde. MARCOS / ESTADÃOPoliciai demonstra como a passagem dissimulada levava ao cômodo secreto que escondia a gráfica do PCB na Casa Verde: sequência inédita estava no Acervo do Estadão. MARCOS / ESTADÃOPolicial continua sua demonstração aos jornalistas sobre a abertura do cômodo secreto que escondia a gráfica da imprensa clandestina do PCB, na Casa Verde, São Paulo. CRÉDITO Marcos / ESTADÃOA porta se abre diante do policial e o acesso ao esconderijo é exibido aos jornalistas: partido montava nova gráfica no bairro da Casa Verde, São Paulo. Foto: Marcos / ESTADÃONo cômodo secreto da gráfica clandestina de São Paulo, o PCB guardava em prateleiras material impresso que seria distribuído na cidade. Foto: Marcos / ESTADÃOEquipamento apreendido no imóvel da Casa Verde, em São Paulo, durante ação do 2.º Exército contra a imprensa clandestina do PCB. Foto: Marcos / ESTADÃOMaterial para a impressão de publicações clandestinas mantidas pelo partido no imóvel da Casa Verde, em São Paulo. Foto: Marcos / ESTADÃO