Setor automotivo projeta alta de até 20% no preço de chips e vê produção ameaçada
O setor automotivo projeta um aumento de até 20% no preço dos chips neste trimestre, em meio à escassez de semicondutores que pode paralisar a produção de automóveis. A estimativa foi feita à Coluna do Estadão por interlocutores da indústria.
Procurado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços não respondeu.
Nesta quinta-feira, 23, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirmou que a fabricação de carros pode parar “em questão de semanas”.
A Anfavea disse estar “atenta e preocupada” com o risco de falta de semicondutores à produção. A entidade destacou que a nova crise remete ao cenário vivido na pandemia, quando montadoras tiveram que parar a produção por falta de componentes eletrônicos.
Um veículo moderno, explica a Anfavea, usa, em média, entre 1 mil e 3 mil chips, principalmente para injeção eletrônica, airbags e controle de motor. Sem esses componentes, as montadoras não conseguem manter a linha de produção em andamento, aponta a entidade, que alertou o governo federal sobre a necessidade de medidas rápidas e decisivas para evitar o desabastecimento de semicondutores.
Segundo a entidade, a nova crise dos chips se deve a disputas geopolíticas intensificadas neste mês, depois que o governo holandês assumiu o controle da fabricante Nexperia, uma gigante de semicondutores subsidiária de um grupo chinês.
Em resposta, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, o que já afeta a produção em algumas fábricas automotivas na Europa e arrisca parar montadoras no Brasil.
