27 de outubro de 2025
Politica

PSDB põe Ciro como ‘grife’ no Ceará, mas sem recursos, e focará 80% das verbas para eleger deputados

O PSDB filiou o ex-governador Ciro Gomes como uma “grife” para tentar reconquistar o comando do Ceará. Mas os recursos para sua eventual candidatura ao Palácio da Abolição serão escassos. O partido pretende destinar entre 70% e 80% de seu fundo eleitoral para eleger deputados.

O foco da sigla na eleição proporcional não é por acaso. Quanto maior a bancada eleita na Câmara, mais os partidos recebem de fundo eleitoral na eleição seguinte. Hoje, a legenda tem 15 deputados, mas em seus tempos áureos chegou a estar entre as três maiores bancadas da Casa.

“A nossa estratégia é comprometer 70% ou 80% do fundo com candidaturas proporcionais, especialmente de deputado federal“, disse o presidente do PSDB, Marconi Perillo, em entrevista à Coluna do Estadão. O objetivo em 2026, segundo ele, é chegar a 30 deputados federais. “Temos um fundo eleitoral pequeno. Estamos sendo muito parcimoniosos na distribuição desses recursos de acordo com a força das nominatas.”

“Depois de sofrer baixas, de quase desaparecer, trabalhamos para voltar ao protagonismo, com os pés no chão, com um foco claro: dobrar a bancada de deputados federais, fazer três senadores, para a gente ter liderança no Senado, e disputar alguns governos estaduais”, emendou.

Cenário nacional

A legenda, de acordo com Perillo, tende a apoiar para a Presidência no ano que vem um candidato de centro que faça oposição ao governo Lula. “Não se trata de coisa pessoal, mas é uma questão política, eleitoral, e de coerência. O PSDB disputou oito eleições contra o lulopetismo.”

Apesar de a tendência ser apoiar um nome oposicionista em 2026, o partido deixa a porta aberta para eventual candidatura nacional própria, mas também sem dinheiro.

“A direita não tem uma candidatura posta, é uma confusão. Quando alguém traz uma candidatura, algum filho do Bolsonaro desmente, sobretudo o Eduardo, então o cenário está muito aberto”, criticou.

Perillo também não descarta eventualmente lançar Ciro Gomes à Presidência, mas afirma que esse assunto não foi tratado com o ex-governador. “Seria desconhecer os fatos se não falássemos da importância que o Ciro tem nacionalmente”, disse.

Para a eleição presidencial, contudo, também não haveria muitos recursos. “Se isso acontecer, vamos ter que jogar muito claro e limpo com quem for candidato. Vai ter que ir atrás de apoios previstos em lei, como doação de pessoa física”, avisou.

Marconi Perillo, presidente do PSDB
Marconi Perillo, presidente do PSDB

 

 

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