29 de outubro de 2025
Politica

Collor diz ao STF que tornozeleira ficou 36 horas desligada porque bateria acabou sem que ele visse

Cobrado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a explicar por que ficou 36 horas com a tornozeleira eletrônica desligada, o ex-presidente Fernando Collor disse que o equipamento descarregou sem que ele percebesse.

Em ofício enviado ao STF, a defesa do ex-presidente negou que o desligamento tenha sido intencional e afirmou que o episódio “não passou de um incidente involuntário”.

A tornozeleira ficou desligada, por falta de bateria, entre 9h05 do dia 2 de maio e 21h23 do dia 3 de maio. Eram os primeiros dias de prisão domiciliar do ex-presidente.

A Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas, que auxilia na execução da pena, só comunicou o STF neste mês, o que levou Moraes a pedir os esclarecimentos.

Collor cumpre pena em prisão domiciliar.
Collor cumpre pena em prisão domiciliar.

A defesa de Collor afirma que, quando o equipamento foi instalado, a equipe informou que a bateria estava completa e duraria de 24 a 72 horas sem necessidade de carregá-la, o que não ocorreu.

Além disso, segundo os advogados, o aparelho não emitiu nenhum sinal sonoro ou luminoso indicando a necessidade de carregamento.

A defesa argumenta que Collor “ainda se adaptava aos novos procedimentos e às rotinas de cuidado e atenção que passaria a adotar para garantir o cumprimento da medida restritiva”.

“Não há qualquer razão plausível para se cogitar que o peticionante, beneficiado com a prisão domiciliar humanitária, descumpriria intencionalmente as medidas cautelares já no primeiro dia”, diz a manifestação.

Os advogados juntaram cópias de conversas entre o assessor de Collor e o Centro de Monitoramento Eletrônico de Pessoas que comprovam que, quando o órgão notificou sobre a falta de bateria, o aparelho foi imediatamente colocado na carga “para reestabelecer o acompanhamento em tempo real pelas autoridades competentes”.

O ex-presidente cumpre pena de 8 anos e 10 meses por corrupção e lavagem de dinheiro no regime domiciliar em Maceió, monitorado pela tornozeleira eletrônica. O descumprimento de medidas cautelares pode acarretar na sua transferência ao regime fechado.

 

 

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