30 de outubro de 2025
Politica

Deputado pede ‘minuto de aplausos’ por mortes em megaoperação no Rio de Janeiro

Durante sessão na Câmara dos Deputados, realizada nesta quarta-feira, 29, o deputado federal André Fernandes (PL-CE) pediu que a Casa prestasse “um minuto de aplausos para os mais de 100 bandidos assassinados no Rio de Janeiro”.

A declaração ocorreu após o parlamentar elogiar a megaoperação policial no Rio, que deixou ao menos 121 mortos nas comunidades do Complexo do Alemão e da Penha. A ação contou com a participação de mais de 2,5 mil agentes da Polícia Civil e da Polícia Militar fluminense.

deputado federal André Fernandes (PL-CE)
deputado federal André Fernandes (PL-CE)

“Pode chegar a 200, 300, o quanto seja necessário”, afirmou Fernandes, ao defender o uso da força policial.

O deputado iniciou o discurso mencionando os quatro policiais mortos durante a operação. “Agora há pouco, foi dado um minuto de silêncio aos quatro policiais, aqueles quatro guerreiros que infelizmente foram abatidos nessa megaoperação. Uma perfeita operação, só não foi perfeita por causa das mortes dos nossos guerreiros policiais”, disse.

Na sequência, o parlamentar completou: “Como já foi dado um minuto de silêncio aos quatro policiais militares e civis do Rio de Janeiro, eu gostaria de pedir que esta Casa fizesse, neste momento, um minuto de aplausos para os mais de cem bandidos assassinados no Rio de Janeiro”.

Ainda nesta quarta-feira, durante sua cerimônia de posse como ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL-SP) criticou a fala de Fernandes e destacou que o crime organizado não está nos barracos das favelas.

“Orgulho de fazer parte do governo do presidente que sabe que a cabeça do crime organizado deste país não está no barraco de uma favela. Muitas vezes, está na lavagem de dinheiro da Faria Lima”, disse Boulos.

Antes de iniciar o discurso, o ministro pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da operação, incluindo suspeitos, policiais e moradores das comunidades.

A operação no Rio, voltada ao combate ao Comando Vermelho (CV), terminou com mais de 100 mortos. Um dos pontos centrais da ação foi a montagem do chamado ‘Muro do Bope’, uma linha de contenção formada por agentes de segurança para empurrar os suspeitos em direção ao topo dos morros.

O governador Cláudio Castro (PL) classificou a operação como um “sucesso” e afirmou que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos nos confrontos.

 

 

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