31 de outubro de 2025
Politica

Operação Contenção: Defensoria questiona perícia oficial e pede ao STF laudos paralelos em corpos

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro pediu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para fazer laudos necroscópicos próprios nos mortos da Operação Contenção. O órgão pede para fazer análises paralelas, após a conclusão da perícia oficial, para depois confrontá-los. A decisão cabe ao ministro Alexandre de Moraes.

O Núcleo de Defesa de Direitos Humanos, órgão da Defensoria do Rio, afirma que o governo descumpriu exigências impostas pelo STF para as operações policiais no Estado, o que, na avaliação dos defensores, “desperta receio concreto quanto à imparcialidade e consequente fiabilidade das perícias“ oficiais.

“Ante o descumprimento injustificado do acórdão per curiam deste Supremo Tribunal Federal, mostra-se premente a tomada de medidas que visem neutralizar os efeitos dessa desobediência, sem perpetuá-la reflexamente, como se daria no caso de edição de laudos periciais de confiabilidade duvidosa”, argumenta a Defensoria.

O órgão afirma também que pode “contribuir ainda mais com a transparência e, sobretudo, controle da higidez dos laudos periciais produzidos acionando o seu próprio corpo de experts”.

Operação na zona norte do Rio deixou 121 mortos.
Operação na zona norte do Rio deixou 121 mortos.

O ministro Alexandre de Moraes, que assumiu a relatoria da “ADPF das Favelas”, vai analisar o pedido. Moraes estará no Rio na próxima segunda-feira, 3, para audiências com autoridades do governo e do sistema de Justiça. O ministro já intimou o governador Cláudio Castro (PL) para providenciar informações detalhadas sobre o planejamento e a execução da operação.

A “ADPF das Favelas” é uma ação que tramita no STF sobre a política de segurança pública no Rio de Janeiro. Foi no âmbito deste processo que o tribunal estabeleceu parâmetros de atuação para reduzir a letalidade policial no Rio, especialmente nas comunidades, e obrigou o governo do Estado a criar um plano de recuperação territorial de áreas dominadas por facções e milícias.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *