1 de novembro de 2025
Politica

Brasília propõe dois caminhos para o caos no Rio: bater palmas para bandidos mortos ou mexer na lei

Protegidas por mais de mil quilômetros de distância entre o Planalto Central e o Complexo do Alemão, as autoridades em Brasília reagiram à matança em série no Rio de Janeiro segundo o figuro previsto. No plenário da Câmara, um representante do bolsonarismo tentou puxar palmas para o bandidos mortos. No Palácio do Planalto, reuniões para traçar um plano tardio de ação.

Corpos de mortos da megaoperação na Zona Norte do Rio de Janeiro
Corpos de mortos da megaoperação na Zona Norte do Rio de Janeiro

Os corpos enfileirados são, para o governo do Rio, a exposição pública do êxito de uma ação policial. Já para quem se acostumou a desconfiar de operações de resultado aparentemente fácil, a falta de detalhes sobre as circunstâncias das mortes suspende o julgamento sobre o caso.

Houve conflito armado ou execução? A resposta ainda vai tardar. Seja qual for, não resolve a crise de segurança pública que inunda não só o Rio, mas também São Paulo e as grandes cidades, onde se convive com o crime organizado logo ali na esquina.

As siglas CV e PCC são parte da vida do Rio e de São Paulo. Essas organizações se espalharam pelo País e não houve até aqui uma ação do Estado que conseguisse sufocar os dois grupos.

Em Brasília, as ideias geradas sob ar condicionado também não convenceram a sociedade. Já acreditou-se que mudar o nome do Ministério da Justiça para incluir também Segurança Pública na placa da fachada e nos documentos contribuiria. Efeito prático nenhum.

O atual governo tem uma PEC escrita e em tramitação no Congresso. Nas manifestações públicas, o presidente e seus ministros repetiram que era preciso aprovar esse texto como ponto de partida para combater o crime organizado. Resvalam no arriscado discurso de que mudar a Constituição é a panaceia para resolver os males que nos afligem.

A oposição também flerta com ideias para mudar as leis, sempre na direção de majorar uma ou outra pena. As duas receitas soam como remédio de validade vencida.

 

 

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