4 de novembro de 2025
Politica

Governo Lula vai reformar Praça dos Três Poderes por R$ 34 milhões, 57% a mais do que o previsto

BRASÍLIA – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai gastar 57% a mais do que o previsto para uma reforma geral na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A obra, que deve começar ainda em novembro, vai custar R$ 34,7 milhões, mais de R$ 12 milhões acima dos R$ 22 milhões anunciados em abril.

Projeção da reforma da Praça dos Três Poderes, em Brasília
Projeção da reforma da Praça dos Três Poderes, em Brasília

A obra será bancada com verbas da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio da Lei Rouanet.

Responsável pela reforma, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que o valor cresceu por causa de “ajustes posteriormente feitos”. Foram incluídos no gasto global custos de administração da obra e de um projeto cultural que abrange “extenso programa de educação patrimonial”, além de uma “exposição móvel” e “outras atividades” (leia mais abaixo).

A praça era responsabilidade do governo do Distrito Federal. O governo Lula decidiu assumir a tarefa de revitalizá-la depois que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fez críticas à conservação do local, em 2024.

Iphan anunciou, em abril, que custou estimado da reforma seria de R$ 22 milhões; agora, saltou para R$ 34,6 milhões
Iphan anunciou, em abril, que custou estimado da reforma seria de R$ 22 milhões; agora, saltou para R$ 34,6 milhões

O espaço, de fato, está deteriorado há anos, apesar de sua importância simbólica e arquitetônica. Idealizada por Lúcio Costa e projetada por Oscar Niemeyer no projeto original de Brasília, a praça fica no centro dos palácios sede dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

O governo gastou R$ 744.685,11 com um escritório de arquitetura de Santa Catarina que elaborou o projeto executivo. O próximo passo é a obra em si. A previsão é concluir uma primeira etapa em 2026.

Evidências de má conservação da Praça dos Três Poderes em relatório técnico do processo de restauração em tramitação no Iphan
Evidências de má conservação da Praça dos Três Poderes em relatório técnico do processo de restauração em tramitação no Iphan

O governo federal retirou da administração distrital a responsabilidade pela obra ao incluir a reforma no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A revitalização da praça foi um dos 105 projetos de preservação do patrimônio histórico contemplados.

Reforma da Praça dos Três Poderes contemplará obras e monumentos que estão sobre ela, em Brasília
Reforma da Praça dos Três Poderes contemplará obras e monumentos que estão sobre ela, em Brasília

Recentemente, a Praça dos Três Poderes foi palco dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e de uma tentativa de explosão de bomba contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Nela está, entre outras instalações, a Chama Eterna da Democracia, monumento que simboliza a liberdade e a democracia no Brasil.

Projeção computadorizada da Praça dos Três Poderes, em Brasília, reformada
Projeção computadorizada da Praça dos Três Poderes, em Brasília, reformada

A reforma consistirá em recuperação completa do piso e de estruturas comprometidas, restauro das obras de arte e monumentos, a revitalização dos espaços culturais e a modernização da iluminação da praça. Segundo o projeto, o espaço terá ainda espaços de convivência com bancos e cobertos.

Também estão contemplados: instalação de câmeras de segurança, iluminação, melhorias na acessibilidade para pessoas com deficiência, sinalização visual e turística.

As características do projeto foram apresentados pelo presidente do Iphan, Leandro Grass, em um evento realizado em abril durante comemorações dos 65 anos de Brasília.

Na ocasião, ele anunciou a estimativa de R$ 22 milhões e prazo de início das obras até julho deste ano, o que não foi cumprido. “A Praça dos Três Poderes é a praça mais importante do Brasil, pois reúne os três poderes e representa a democracia e a inclusão social”, disse.

Em comunicado sobre o início da obra, publicado neste sábado, 1º., o Iphan e o Ministério da Cultura, pasta à qual o órgão é ligado, reforçaram o peso simbólico da reforma.

“Iniciar este restauro reafirma nosso compromisso com a memória e com o futuro do país. Depois dos ataques que feriram este espaço, hoje celebramos reconstrução, cuidado e democracia. Com apoio da Lei Rouanet, garantimos preservação, acessibilidade, respeito ao projeto original e devolver ao povo brasileiro um espaço que sempre lhe pertenceu”, disse a ministra Margareth Menezes, da Cultura.

Em nota ao Estadão, o Iphan afirmou que os R$ 34,7 milhões serão captados via Lei Rouanet. A diferença para a estimativa anunciada inicialmente se deu pela inclusão de custos de administração da obra e de um projeto cultural que vai acompanhá-la. Só este projeto terá custo de R$ 5.019.583,79.

“O valor de R$ 22 milhões mencionado em abril não incluía o projeto cultural e educativo, ajustes posteriormente feitos, além da administração da obra”, disse o Iphan, em nota.

 

 

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