4 de novembro de 2025
Politica

PL expulsa filiada flagrada cobrando propina por envio de emendas parlamentares

O diretório municipal do Partido Liberal (PL) em Rio Claro, interior de São Paulo, decidiu, por unanimidade, desfiliar Amanda da Silva Servidoni após a divulgação de uma denúncia sobre um suposto esquema de cobrança de propina para liberar verbas de emendas parlamentares a municípios.

A decisão foi comunicada nesta segunda-feira, 3, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e assinada pela presidente do PL no município, Edymeia Bueno Garcia. Segundo o partido, a medida foi adotada com base no estatuto da sigla, que prevê punições a filiados cujas condutas prejudiquem a imagem do partido.

Valéria Bolsonaro e Valdemar Costa Neto na filiação de Amanda Servidoni, ao centro
Valéria Bolsonaro e Valdemar Costa Neto na filiação de Amanda Servidoni, ao centro

Em nota, o PL afirmou que as denúncias causaram “sérios danos à imagem do partido”. O caso veio à tona após reportagem do portal Metrópoles, que revelou áudios em que a ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Rio Claro pede um “cashback” pelo envio das verbas.

“Ele vai gastar 100 mil com a pista. E nós estamos dando 300. Desses 300 eu quero pelo menos uns 100. Não quero 10%, filho”, diz Amanda em um dos áudios, ao discutir valores e percentuais de retorno de emendas.

Em outra gravação, também divulgada pelo jornal, Amanda critica um projeto para construção de um hospital veterinário e diz: “Enfia os cachorro [sic] no meio do c*”.

Com menos de um ano no partido, Amanda se filiou ao PL em 2 de julho, em uma cerimônia que contou com a presença do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, e da secretária estadual de Políticas para a Mulher, Valéria Bolsonaro (PL).

Amanda atuava como presidente do projeto social “Mulheres pela Fé”, apadrinhado por Valéria Bolsonaro. Em outubro, a secretária inaugurou um escritório político em Rio Claro no mesmo endereço do projeto.

Antes de se filiar ao PL, Amanda ocupou cargos comissionados na administração municipal, incluindo o de chefe de gabinete do vice-prefeito.

Em nota, a Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher afirmou que não possui vínculo com o projeto “Mulheres pela Fé” e que a aplicação de emendas parlamentares é de responsabilidade das prefeituras e dos órgãos de controle.

 

 

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