4 de novembro de 2025
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Vencedor do prêmio APCA, Marcelo Frazão lança novo livro com inspiração em experiência com ópera

O poeta, editor e artista visual Marcelo Frazão , que traz no currículo o prêmio da APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte em 2009, lança no próximo sábado (8), no Point Campo Grande, o seu novo livro de poemas, Cinco Rios.

 

A obra integra a coleção de poesia da editora Villa Olívia, que já lançou livros de poetas relevantes no cenário baiano, como Ordep Serra, Rita Santana, Sandro Ornellas e Nilson Galvão. 

 

As parcerias marcam a trajetória de Frazão como artista visual. Uma importante conquista nesta vertente foi a obra “Anima Animalis”, de 2008, vencedora do prêmio da APCA no ano seguinte, elaborada junto com a escritora e poeta Olga Savary. 

 

Outra parceria marcante, com o seminal poeta Armando Freitas Filho, rendeu a plaquete “Loveless” (1996), os livros “Erótica” (1999) e “Erótica – edição comemorativa de 20 anos” (2019). Frazão publicou ainda os livros autorais de poesia “Haikai” (1996), “Homo Sapiens Sexualis” (2015) e “E nada pode ser feito quanto a isso” (2023). 

 

Os poemas que compõem o novo livro, Cinco Rios, vagam por águas de fluxo intenso, onde os lemes da emoção e da sensorialidade se encontram, comunicam-se e, não raro, se confundem em suas intenções de amor, prazer, apego, negação ou indiferença ao mundo. 

 

Inspiração – Marcelo Frazão conta que a ideia para escrever Cinco rios surgiu em 2022, ao escutar a ópera “Orfeu e Eurídice”, de Gluck, e pensar que a descida de Orfeu ao Hades, para resgatar sua amada, guarda um interessante paralelo com a narrativa bíblica sobre a destruição de Sodoma e Gomorra. 

 

Tanto Orfeu quanto Lot e sua família recebem a recomendação de não olhar para trás. Caso o fizessem, estariam sujeitos a uma punição severa. Aqui, reside o desafio para o sujeito: o de se descobrir preso a um passado, seja ele a memória de vivências felizes ou trágicas, e não saber como dele escapar, como se entregar ao novo. Este é o ponto de partida de Cinco rios, seu cais. 

 

Apresentando poemas com versos curtos e longos, Frazão trabalha diferentes cadências e possibilidades rítmicas dentro do léxico de suas águas, deslocando ou amplificando significados, explorando seus estados líquido, gasoso e sólido como rotas de destino para diferentes sensações.

 

Os poemas possuem liberdade estilística e surpreendem o leitor pela adoção de imagens pouco usuais. Seu tom é intimista. O livro problematiza a questão da busca espiritual e o vazio com que nos deparamos diariamente. 

 

Embora os 79 poemas sejam todos numerados, a leitura pode se dar de maneira aleatória. A ordem numérica sugere apenas um dos tantos caminhos possíveis – a porta de entrada dentro do labirinto é, ao mesmo tempo, saída para outro labirinto -, o percurso de cada corpo em seu próprio tempo e espaço.

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