PP e União definem data para oficializar federação no TSE, mas atritos ameaçam unidade em 2026
Ainda sem resolver uma série de atritos, incluindo uma briga pública entre o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), a federação União-PP bateu o martelo e decidiu que a aliança será oficializada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana que vem. As disputas internas, contudo, ameaçam a unidade do grupo para 2026.
“Já está no cartório. Deve ser protocolada no TSE na próxima semana. Na terça ou na quarta-feira”, confirmou Nogueira à Coluna do Estadão. Apesar de ter sido anunciada em convenção, a aliança ainda não tem o aval da Justiça Eleitoral para ser formada.
A federação será a maior força política do Congresso, com 109 deputados e 15 senadores, e promete influenciar em 2026, com apoio a um candidato de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já confirmou que disputará a reeleição.
Diante de discordâncias entre membros do PP e do União, contudo, o meio político passou a desconfiar que a federação poderia ser desfeita. Ou seja, nem sequer ser registrada no TSE. Mesmo confirmada agora a oficialização na Justiça eleitoral, algumas cicatrizes permanecem.
A principal envolve Caiado e Nogueira, que protagonizaram um desentendimento público. O senador, que tem a intenção de concorrer como vice em eventual chapa de Tarcísio de Freitas, disse que o governador de São Paulo e o do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), seriam as únicas candidaturas viáveis para presidente na oposição. Irritado, o goiano foi às redes sociais, com direito a textão, para reclamar de “interesses pessoais” de Ciro.
Além disso, como mostrou a Coluna, a federação está rachada em Estados como o Paraná. Isso porque o senador Sérgio Moro (União) quer disputar o governo estadual, mas enfrenta a resistência do PP, que não abre mão de lançar ao Palácio Iguaçu a ex-deputada federal Cida Borghetti, esposa do deputado Ricardo Barros(PP-PR).

