Jorginho Mello à frente do ‘consórcio da paz’ evita crise para Tarcísio; veja bastidores
Não foi à toa a indicação do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), para coordenar o “consórcio da paz” formado por governos estaduais de direita após a megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV). A escolha do nome, segundo apurou a Coluna do Estadão, é uma vacina em dois sentidos. Por ser representante do “bolsonarismo raiz”, ele tem menos chances de causar “ciumeira” no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, evita guerra interna que poderia ocorrer caso algum presidenciável liderasse o grupo.
Jorginho é o mais bolsonarista dos governadores. Com ele no comando do consórcio, será menor a possibilidade de Bolsonaro ou seus aliados mais próximos avaliarem que o grupo tenta isolar o ex-presidente e assumir o controle da pauta da oposição.
A direita temia, por exemplo, que a iniciativa fosse bombardeada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que costuma reagir mal a qualquer sinal de protagonismo dos governadores, especialmente com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A escolha de Tarcísio, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), ou de Ratinho Júnior (PR) para coordenar o consórcio era vista com ressalvas por eles serem opções da direita para disputar o Palácio do Planalto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. O temor era de uma briga fratricida por holofote para as eleições.
O anúncio do “consórcio da paz” foi feito pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL), em 30 de outubro, ao lado de outros chefes de Executivo estaduais. O objetivo é que os Estados se apoiem no enfrentamento ao crime organizado.

