Derrite, sobre concorrer ao governo de SP: ‘Não tenho essa pretensão, mas não descarto’

O deputado federal e secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), afirmou se considerar pronto “para qualquer função pública”, e negou ter pretensão de disputar o governo de São Paulo, sem, no entanto, eliminar a possibilidade. O governador Tarcísio de Freitas tem dito que disputará a reeleição, mas tem sido apontado como principal nome da direita para concorrer à Presidência da República no grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Não tenho essa pretensão, mas também não descarto”, respondeu Derrite em entrevista ao Papo com o Editor, do Estadão/Broadcast, referindo-se a uma eventual candidatura ao governo do Estado de São Paulo. “Tenho me preparado ao longo de 23 anos de vida pública. Tudo é consequência do que a gente entrega”, completou. Ele também confirmou que seu nome foi colocado como possível pré-candidato ao Senado, o que, segundo ele, já o deixa “feliz e lisonjeado”.

Derrite diz que a lembrança de seu nome pode se dar em razão de o principal tema em discussão no Brasil ser a segurança pública.

“Agradeço o apoio de quem quer que seja, mas não trabalho pensando nisso. Trabalho pensando em entregar resultados, melhorar a segurança pública, apresentar uma legislação mais robusta e eficaz para punir adequadamente quem comete crimes graves no Brasil. O dia de amanhã será consequência do que a gente produz hoje”, completou.

Na conversa, Derrite também foi questionado se gostaria de ser o nome apoiado por Tarcísio de Freitas na sucessão ao governo de São Paulo. “Não, de forma alguma. Até porque, nas conversas que tenho com o governador Tarcísio de Freitas – independentemente de qual seja a decisão dele -, ele sempre revelou que a intenção é concorrer à reeleição. E que eu seria o candidato indicado por ele ao Senado”.

Derrite diz que “defende aquilo em que acredita”, mas que não coloca isso como “uma ambição gigantecas”

“Vou colocar meu nome à disposição (ao Senado), se for da vontade do grupo político ao qual pertenço. E, se for para concorrer novamente ao cargo de deputado federal, irei com orgulho representar São Paulo na Câmara dos Deputados”, enfatizou.

Escolhido para ser o relator do Projeto Antifacção de autoria do governo federal, Derrite comentou os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontam aumento de 133% nas mortes de policiais militares em serviço entre 2022 e 2024. Segundo ele, o índice reflete “o maior nível de produtividade operacional” da história do Estado. Ele também reagiu a levantamentos que apontam queda na aprovação da segurança pública paulista, área menos bem avaliada do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Os policiais estão agindo mais, fazendo mais prisões e apreensões de drogas e armas, por isso, a chance de confronto aumenta”, justificou. “Quem diz que a segurança pública ‘piorou’ em São Paulo está enganado. Está mais eficiente”, afirmou.

Derrite também comentou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que regulamentou operações policiais no Rio de Janeiro. O debate sobre a norma foi levantado por governadores de direita após a megaoperação no Rio. Para o deputado, a ADPF das Favelas “acabou engessando bastante a atuação policial”. Ele avalia que a norma não vá prosperar em outras Unidades da Federação, por ter “dificultado as operações e gerado consequências graves para a segurança pública”.

“Na prática, a ADPF 635 impôs uma série de óbices às forças policiais para realizarem operações nas comunidades. Isso fez com que o Estado do Rio se tornasse um grande hospedeiro de líderes de organizações criminosas de todo o Brasil”, apontou.