12 de novembro de 2025
Politica

‘Parece que a solução para o Brasil é a Carbono Oculto’, ironiza Cláudio Castro em sessão no Senado

BRASÍLIA – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), aproveitou um discurso no plenário do Senado nesta quarta-feira, 12, para ironizar a Operação Carbono Oculto.

A operação costuma ser mencionada pelo governo federal como exemplo de ação de combate a organizações criminosas. Isso porque a força-tarefa de diversos órgãos conseguiram desmantelar um esquema de fraudes e de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis sem troca de tiros.

Sessão solene para homenagear os envolvidos na Operação Contenção, realizada no Rio de Janeiro
Sessão solene para homenagear os envolvidos na Operação Contenção, realizada no Rio de Janeiro

Homenageado por lideranças de direita no Congresso, Castro afirmava na tribuna que o crime tem dominado diferentes cadeias produtivas para se fortalecer, contrabandear armas e conquistar territórios quando ironizou a Carbono Oculto.

“E que bom que pelo menos uma dessas cadeias têm sido investigadas com a Carbono Oculto, que parece que é a solução do Brasil. Não parece ser (só) mais uma das cadeias utilizadas por eles (criminosos), assim como a internet, o gás, o transporte alternativo. E diversas outras, que têm que ser igualmente combatidas”, disse.

A operação contou com servidores da Receita Federal e do Ministério Público Federal em parceria com o Ministério Público de São Paulo, as polícias Civil e Militar de São Paulo e outros órgãos. A ação passou por uma briga de paternidade entre os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Membros do governo federal têm usado a Carbono Oculto como contraponto “civilizado” ao que Lula chamou de “matança” no Rio de Janeiro com a Operação Contenção, de 28 de outubro. A polícia fluminense matou 117 pessoas naquele dia, e outros quatro agentes morreram no tiroteio.

Castro passou a ser alvo de críticas do governo federal, da esquerda e de especialistas em segurança pública pela quantidade de mortes e pelo questionamento do resultado efetivo da ação, uma vez que poucos alvos dos mandados de prisão foram capturados naquele dia.

Sessão foi realizada em homenagem ao governo do Rio de Janeiro, a Polícia Civil, a Polícia Militar e os policiais mortos e baleados na Operação Contenção
Sessão foi realizada em homenagem ao governo do Rio de Janeiro, a Polícia Civil, a Polícia Militar e os policiais mortos e baleados na Operação Contenção

A sessão teve uma série de discursos em defesa do texto do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), que se licenciou da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para relatar o projeto que trata do que a Câmara tem chamado de “marco legal de combate ao crime organizado”.

Senadores, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP) e Derrite também dispararam críticas ao governo Lula, numa tentativa de desgastar o PT com um tema que deve ser central nas eleições de 2026.

 

 

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