‘Parece que a solução para o Brasil é a Carbono Oculto’, ironiza Cláudio Castro em sessão no Senado
BRASÍLIA – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), aproveitou um discurso no plenário do Senado nesta quarta-feira, 12, para ironizar a Operação Carbono Oculto.
A operação costuma ser mencionada pelo governo federal como exemplo de ação de combate a organizações criminosas. Isso porque a força-tarefa de diversos órgãos conseguiram desmantelar um esquema de fraudes e de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis sem troca de tiros.

Homenageado por lideranças de direita no Congresso, Castro afirmava na tribuna que o crime tem dominado diferentes cadeias produtivas para se fortalecer, contrabandear armas e conquistar territórios quando ironizou a Carbono Oculto.
“E que bom que pelo menos uma dessas cadeias têm sido investigadas com a Carbono Oculto, que parece que é a solução do Brasil. Não parece ser (só) mais uma das cadeias utilizadas por eles (criminosos), assim como a internet, o gás, o transporte alternativo. E diversas outras, que têm que ser igualmente combatidas”, disse.
A operação contou com servidores da Receita Federal e do Ministério Público Federal em parceria com o Ministério Público de São Paulo, as polícias Civil e Militar de São Paulo e outros órgãos. A ação passou por uma briga de paternidade entre os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Membros do governo federal têm usado a Carbono Oculto como contraponto “civilizado” ao que Lula chamou de “matança” no Rio de Janeiro com a Operação Contenção, de 28 de outubro. A polícia fluminense matou 117 pessoas naquele dia, e outros quatro agentes morreram no tiroteio.
Castro passou a ser alvo de críticas do governo federal, da esquerda e de especialistas em segurança pública pela quantidade de mortes e pelo questionamento do resultado efetivo da ação, uma vez que poucos alvos dos mandados de prisão foram capturados naquele dia.

A sessão teve uma série de discursos em defesa do texto do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), que se licenciou da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para relatar o projeto que trata do que a Câmara tem chamado de “marco legal de combate ao crime organizado”.
Senadores, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP) e Derrite também dispararam críticas ao governo Lula, numa tentativa de desgastar o PT com um tema que deve ser central nas eleições de 2026.
