Ex-ministro do Trabalho e Previdência de Bolsonaro recebeu propina de desvios do INSS, diz PF
BRASÍLIA – A Polícia Federal (PF) afirma que o ex-ministro do Trabalho e Previdência do governo Bolsonaro, José Carlos Oliveira, recebeu propina de uma das entidades envolvidas em descontos irregulares de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). A defesa do ex-ministro ainda não se manifestou sobre o caso.

José Carlos Oliveira, que mudou seu nome para Ahmed Mohamad Oliveira, é um citados na lista de propina da Conafer e esteve na mira de operação da PF nesta quinta-feira, 13. Ele se tornou alvo de busca e apreensão e também da imposição de tornozeleira eletrônica.
Segundo a investigação, ele facilitou os descontos irregulares em benefício da Conafer quando atuou como presidente do INSS e como ministro do Trabalho e Previdência do governo Bolsonaro.
A PF encontrou até mesmo diálogos dele com o operador financeiro da Conafer, Cícero Marcelino, agradecendo um dos pagamentos. Cícero foi preso nesta quinta-feira.
“JOSÉ CARLOS ocupou os mais altos cargos da administração pública em matéria previdenciária no Brasil, o que permitiu à organização criminosa manter e expandir o esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Trata-se de um agente público que, na perspectiva da representação policial, foi estratégico para o esquema, haja vista que sua atuação foi decisiva para o funcionamento e blindagem da fraude da CONAFER”, diz trecho da investigação.
Prossegue a investigação: “Várias das mensagens interceptadas pela PF geram fortes indícios de que o esquema criminoso envolvendo o investigado JOSÉ CARLOS OLIVEIRA estava em pleno funcionamento também no período em que ele era ministro de Estado do Trabalho e Previdência Social do Brasil. Como exemplo, podemos citar as mensagens de whatsapp contidas nas fls. 231-232. Da planilha de fl. 233, há, também, indícios de que valores obtidos ilicitamente foram repassados ao investigado em data que ele era ministro de Estado”.
