14 de novembro de 2025
Politica

Lula e Senado esticam a corda na briga por vaga no STF, e ‘chantagem’ entra no discurso

Senadores e o governo decidiram esticar a corda na disputa pela nomeação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). De um lado do cabo de guerra, aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), vão pressionar para ele romper a linha direta com o Planalto caso o advogado-geral da União, Jorge Messias, candidato do presidente Lula, seja indicado e aprovado. Esses parlamentares querem o senador Rodrigo Pacheco (PSD) na vaga na Corte, mas sabem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está disposto a desistir da escolha do AGU.

Do outro lado, os petistas preparam o contra-ataque. Se Messias não conseguir votos suficientes para ocupar a cadeira de ministro do STF, Lula tentará colar no Senado a pecha de “chantagista”. A tática funcionou com a opinião pública no caso do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na Câmara, quando o PT tachou o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) nas redes sociais de protetor dos ricos.

Pessoas próximas a Alcolumbre dizem que ele não faria uma ruptura completa com o governo. Mas o presidente do Senado é conhecido por “dar gelo” nas autoridades. Esse cenário seria uma dor de cabeça a mais para Lula em ano eleitoral, quando precisará do Congresso para aprovar pacotes de “bondades”.

Em pelo menos três ocasiões recentes em que se encontrou com Lula, Alcolumbre reiterou ao presidente que seu candidato ao STF é Pacheco. O senador reforçou que, caso o indicado seja outro, não vai atrapalhar o governo, mas tampouco vai ajudar a angariar votos.

Para desanuviar o clima, Lula foi orientado a conversar com outros cotados ao STF. Mas, segundo relatos feitos à Coluna, ironizou: disse que podem fazer fila para ele bater papo, contudo não abrirá mão de indicar quem ele considera que seria o mais fiel na Corte: Messias. O petista tem trauma da indicação de Joaquim Barbosa para o Supremo em seu primeiro mandato. O escolhido depois se tornou o algoz do PT no escândalo do Mensalão.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado

 

 

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