Ação no Dique do Tororó homenageia vítimas de trânsito em Salvador

Fotos: Jefferson Peixoto/ Secom PMS
Texto: Ascom Transalvador
O entorno do Dique do Tororó foi tomado por 148 rosas brancas na manhã desta sexta-feira (14). A ação especial representa o número de pessoas mortas no trânsito da capital baiana em todo o ano passado. A iniciativa da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) ocorre em alusão ao Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito, que acontece no próximo domingo (16).
Em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIGRS) e com a Federação Nacional das Associações de Detran (Fenasdetran), este é o sexto ano em que Salvador se junta a outras cidades do mundo para lembrar as vidas perdidas e pessoas feridas por conta de sinistros no trânsito. Além das rosas, o Painel da Memória 2024 também foi instalado no espaço.
“Esse é um momento de reflexão, respeito e compromisso. Cada rosa representa uma história interrompida e uma família que sofre até hoje. Nosso trabalho diário tem como objetivo justamente evitar que novas perdas aconteçam. Por isso, seguimos fortalecendo ações de fiscalização, engenharia e educação para tornar a capital baiana uma cidade mais segura para todos”, afirmou Diego Brito, superintendente da Transalvador.
Além das 148 vidas perdidas no trânsito da cidade no ano passado, outras 4.719 pessoas ficaram feridas. Porém, em 2025, os números tendem a ser favoráveis. A cidade registrou uma redução de 17,3% nas mortes no trânsito entre janeiro e outubro de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Até o momento, 105 vidas foram perdidas, contra 127 em 2024, uma diferença de 22 mortes evitadas. A marca evidencia o impacto positivo de ações integradas de fiscalização, readequação de velocidades e campanhas de conscientização.
Dados – De acordo com dados preliminares da autarquia municipal de trânsito, a maior queda foi entre condutores de veículos de quatro rodas: as mortes caíram de 11 para 4, uma redução de 64%. Entre motociclistas e seus passageiros, as fatalidades passaram de 60 para 51 (queda de 18%). Já entre pedestres, as mortes recuaram de 51 para 47 (-8%). O número de ciclistas mortos se manteve estável: duas vítimas fatais em cada ano.
Mário Conceição, presidente da Fenasdetran, reforçou a importância da união de forças dos diversos órgãos visando à redução de fatalidades no trânsito. “Nós fizemos este monumento para chamar a atenção das autoridades e de toda a população a pensar sobre o que ocorre no Brasil relacionado às mortes no trânsito. Não podemos aceitar calados tantas mortes no trânsito”, afirma.
Apesar da redução nas mortes, o número de feridos em acidentes com motocicletas aumentou. Passageiros de motos feridos passaram de 710 para 766, o que representa uma alta de 8%. A tendência pode estar relacionada à expansão do uso de motocicletas na cidade, embora ainda faltem dados conclusivos sobre esse impacto.
Para o superintendente da Transalvador, os resultados são fruto da combinação entre engenharia viária, fiscalização e ações educativas. “A gravidade dos sinistros diminuiu, e isso está diretamente ligado à readequação dos limites de velocidade, à presença de radares, às blitzes de alcoolemia e a operações direcionadas ao público motociclista”, avalia.
Brito também destaca os investimentos em campanhas de comunicação voltadas a condutas de risco, com foco especial nos motociclistas, o grupo mais vulnerável no tráfego urbano de Salvador.
O pacote de ações segue os princípios da Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito da ONU, que propõe reduzir em 50% as mortes e lesões no trânsito até 2030.
Relatório Anual – O Relatório Anual de Segurança Viária de 2024, publicado e disponível no site da Transalvador, contextualiza a urgência das medidas.
No ano passado, Salvador registrou 148 mortes no trânsito, alta de 25,4% em relação a 2023, além de 4.720 feridos, crescimento de 11%. Os motociclistas responderam por mais da metade das mortes (50,7%) e por 75,2% dos feridos.
As mortes de pedestres aumentaram 58%, passando de 36 para 57. Atropelamentos representaram 39% das fatalidades, enquanto as colisões foram responsáveis por 58,5% dos acidentes com vítimas.
Entre as vias mais letais estão a Avenida Luís Viana (Paralela) e a Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana), ambas com oito mortes, seguidas pela BR-324, com sete.
Segundo Fernando Coelho, coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg para a Segurança Viária Global (BIGRS) em Salvador, que coopera tecnicamente com a cidade, a gestão de velocidade deve continuar sendo prioridade nas vias com alto número de sinistros.
Ele destaca a Avenida Octávio Mangabeira, que já soma duas mortes e 137 acidentes com feridos em 2025, e a Avenida Garibaldi, com 43 acidentes com vítimas até o momento; mesmo sem registrar óbitos, a tendência é preocupante.
“A experiência internacional mostra que reduzir a velocidade média é uma das estratégias mais eficazes para salvar vidas. Em Salvador, a continuidade das intervenções em trechos críticos é fundamental para proteger os usuários mais vulneráveis”, avalia Fernando.
A abordagem técnica combina engenharia viária, fiscalização e comunicação, com foco em reduzir a energia dos impactos, principal fator que determina a gravidade dos sinistros. De acordo com a OMS, uma redução de apenas 5% na velocidade média pode resultar em até 30% menos mortes no trânsito.
Acesse a galeria de fotos: https://comunicacao.salvador.ba.gov.br/acao-especial-homenageia-vitimas-de-transito-em-salvador/ .
