Caso Banco Master: Um viva para a autonomia do BC
Foi fundamental o papel do Banco Central autônomo para defender o dinheiro, primeiro do contribuinte do Distrito Federal, depois o dos poupadores em todo o Brasil, no caso do Banco Master.
O papel do BC começa lá atrás, quando veta a primeira tentativa de compra do Banco Master pelo BRB de Brasília. Ali, o BC defendeu o dinheiro dos contribuintes do Distrito Federal. Aquela operação já não parecia muito sólida.

Só que lá naquela operação, o BC identificou transações fraudulentas. Foi essa identificação das transações fraudulentas que permitiu a Polícia Federal entrar na história e, graças a um risco, uma tentativa de fuga, prender o banqueiro Daniel Vorcaro.
O BC tomou um susto ontem com a operação de compra, causou surpresa, né, com a operação, a suposta operação de compra do, do Banco Master pela Victor Financeira. Só que lá dentro do BC, os técnicos já sabiam que não passava de uma cortina de fumaça para tentar segurar a liquidação que já era iminente.
O BC então permanece firme e decreta a liquidação. A liquidação, nesse momento, é o melhor instrumento, porque não divide o prejuízo com o resto do mercado. Uma outra opção poderia ser uma intervenção, né, ajudando o banco, por exemplo, com dinheiro do Fundo Garantidor de Crédito. Mas isso dividiria o prejuízo com todos nós, todos os poupadores do sistema financeiro.
Já a liquidação realmente deixa o prejuízo com o banqueiro Daniel Vorcaro, que foi quem autorizou todas essas transações fraudulentas e que fez os empréstimos arriscados desde o início.
O Banco Central passou por diversas pressões políticas ao longo desse processo, porque Daniel Vorcaro tem influência em toda Brasília. Vale lembrar até que houve movimentação política lá atrás para passar uma lei que permitisse impeachment de diretores do Banco Central.
