20 de novembro de 2025
Politica

Aliados de Messias focam em diferenciá-lo de Dino para convencer Senado após Lula descartar Pacheco

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartar a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e avisar que escolheu Jorge Messias, aliados do advogado-geral da União focam em diferenciá-lo de Flávio Dino para vencer a barreira a sua aprovação no Senado. O motivo é que os parlamentares têm usado o “trauma” com o ex-ministro da Justiça – que depois de ingressar na Corte montou uma ofensiva contra as emendas – para justificar a resistência em apoiar a nomeação de Messias.

O argumento que será usado por interlocutores do chefe da AGU no Senado é de que ele é mais próximo do perfil considerado discreto do ministro Cristiano Zanin do que de Dino – os dois magistrados foram indicados por Lula ao STF neste mandato, mas o segundo desagradou ao Congresso com inquéritos que atingem deputados.

O presidente da República recebeu Pacheco na noite desta segunda-feira, 17, no Palácio da Alvorada, para uma conversa na qual informou que Messias será o indicado ao STF. Na avaliação de aliados do advogado-geral da União, o presidente deve oficializar seu nome à Corte nos próximos dias por já ter cumprido o rito de deferência ao senador mineiro.

Governistas dizem que Lula recebeu o recado de que a resistência no Senado não é ao nome de Messias em si, mas a qualquer indicação do governo. Entram na conta do que o Planalto considera uma “birra” a insatisfação com o fato de Pacheco ter sido preterido e o temor de que o novo ministro do STF se volte contra o Congresso, como os parlamentares dizem que ocorreu com Dino.

Como mostrou a Coluna do Estadão, senadores e o governo decidiram esticar a corda na disputa pela nomeação do novo ministro do STF. De um lado do cabo de guerra, aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), padrinho de Pacheco, vão pressionar para ele romper a linha direta com o Planalto. Do outro lado, os petistas preparam o contra-ataque. Se Messias não conseguir votos suficientes para ocupar a cadeira de ministro do STF, Lula tentará colar no Senado a pecha de “chantagista”.

Na semana passada, os senadores mandaram recado direto ao governo ao aprovar por uma margem estreita a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para mais dois anos no cargo. O Planalto, contudo, minimizou esse movimento.

Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU)
Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU)

 

 

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