Fuzileiros Navais vão ter o primeiro sistema expedicionário antitanque que integra mísseis e drones
Depois de meses de negociação, a Marinha do Brasil assina nesta quarta-feira, dia 19, o contrato para aquisição de um sistema de mísseis anticarro expedicionário integrados à viatura de lançamento e a um sistema de drones com capacidade de vigilância, reconhecimento e ataque e ataque terrestre. Ele será operado pelo Corpo de Fuzileiros Navais e deve estar operacional em 12 meses. A produção será feita pela SIATT, empresa brasileira do Grupo Edge. O acordo deve ser assinado hoje em Dubai – o valor do investimento foi revelado.
O acordo prevê, inicialmente, que o novo sistema será composto por duas viaturas blindadas leves de alta mobilidade, cada uma dotada de lançador de mísseis MSS 1.2 Max, produzidos pela SIATT, e drones QX2 com capacidade de reconhecimento e combate produzidos pela Edge. A viatura leve 4×4 GM Defense, de elevada mobilidade, terá proteção balística leve. Com peso de 2,2 toneladas, seu motor será fabricado no Brasil.
Trata-se da mesma viatura que o exército americano adotou recentemente para substituir os HMMWV (Humvee) e alguns JLTV. O comando dos fuzileiros navais acompanhou os testes da nova viatura no deserto dos Emirados Árabes. Toda a integração dos mísseis e dos drones à viatura expedicionária será feita no Brasil pela SIATT.
O projeto é descrito pela Marinha como inovador em razão da integração de viatura, míssil, comunicações, e drone ISR/Combate. O sistema pode ser empregado ainda em operações litorâneas, uma vez que o míssil pode ter como alvo, tanto carros de combate como embarcações. Os fuzileiros testaram recentemente o Max 1.2 AC durante a Operação Atlas.
O EDGE é um dos principais grupos de defesa do mundo. Foi durante uma visita ao país, que o diretor-presidente do grupo, Hamad Al Marar, havia assinado a proposta de desenvolvimento tecnológico com os Corpo de Fuzileiros Navais para a entrega do novo sistema anticarros.
O Sistema de Mísseis Antitanque Expedicionário (SMACE) tem o objetivo, segundo o grupo Edge, de dar “maior mobilidade, consciência situacional avançada e uma arquitetura totalmente em rede e interoperável que integra todos os componentes críticos da missão”.
De acordo com a empresa, o Comando de Material dos Fuzileiros Navais (CMatFN) definiu requisitos táticos e conceituais para permitir que forças leves operem de forma eficaz e projetem poder em terra, com ênfase no engajamento e desengajamento rápidos, operações distribuídas, observação remota de longo alcance por meio de drones e links de dados táticos para a coordenação em tempo real de missões antitanque. Essa abordagem visa neutralizar ativos blindados em operações tanto anfíbias quanto terrestres.
“Essa nova solução antitanque reflete apenas uma das várias iniciativas que estamos desenvolvendo com o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. Ao integrar mísseis guiados avançados, sistemas não tripulados e uma arquitetura de comando em rede, fortalecemos a capacidade do Brasil de enfrentar ameaças, ao mesmo tempo em que ampliamos a capacidade geral de suas Forças Armadas. Além disso, destacamos o valor de longo prazo da nossa parceria, que continua a impulsionar a inovação com impacto muito além das fronteiras do Brasil”, afirmou Al Marar.
De acordo com o grupo, após entregar as primeiras unidades do sistema, o plano é dobrar a capacidade de produção, seguido pela fabricação de unidades adicionais nos anos subsequentes. “Essa iniciativa reforça o compromisso estratégico da EDGE em investir no Brasil como um parceiro-chave em inovação em defesa, promovendo transferência de conhecimento, desenvolvendo soluções integradas e criando empregos altamente qualificados”, informou a empresa.
