20 de novembro de 2025
Politica

Novo presidente do BRB chefiou bancos nos governos Dilma e Temer

O administrador Nelson Antônio de Souza, indicado nesta quarta-feira, 19, para presidir o Banco de Brasília (BRB), já comandou instituições em governos de diferentes campos ideológicos: de Dilma Rousseff a Michel Temer, além da gestão de João Doria em São Paulo.

Souza substituirá Paulo Henrique Costa, que foi afastado por 60 dias do cargo nessa terça-feira, 18, e demitido após ser alvo da Polícia Federal (PF). A operação também prendeu o empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, companhia que o BRB tentou comprar neste ano.

O currículo de Nelson Antônio de Souza foi enviado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Cabe à Casa referendar a indicação do Executivo à presidência do banco estatal. Na véspera, o governador havia anunciado Celso Eloi, superintendente da Caixa, para o posto, mas depois recuou.

Durante o governo Dilma, Souza chefiou o Banco do Nordeste em 2014 e 2015. Depois do impeachment, Souza obteve cargos de comando também sob Michel Temer, quando presidiu a Caixa em 2018. De 2019 a 2021, Nelson Antônio de Souza foi presidente da Desenvolve São Paulo, agência de fomento do governo do Estado.

Nelson Antônio de Souza, ex-presidente da Caixa
Nelson Antônio de Souza, ex-presidente da Caixa

Dono do Master foi preso no Aeroporto de Guarulhos

A PF prendeu o dono do banco Master, Daniel Vorcaro, no Aeroporto de Guarulhos, por volta das 22h dessa segunda-feira, 17. A corporação identificou risco de o empresário fugir do País. Ele iria embarcar em um jatinho particular rumo ao exterior.

Outro preso na operação foi Augusto Lima, sócio do Master. Diretores da empresa também foram detidos pela Polícia Federal.

Operação Compliance Zero apura suposta organização criminosa

A Operação Compliance Zero investiga supostos crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa, dentre outros. Investigadores detectaram suspeitas da emissão de títulos de crédito falsos pelo banco Master. Esses títulos teriam sido vendidos ao BRB e, após a fiscalização do Banco Central, foram substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.

Em setembro, o BC reprovou a compra bilionária de uma fatia do Master pelo BRB. O BC analisou o processo por cinco meses. Segundo apurou o Estadão, um ponto central da decisão foi o risco de o BRB ser contaminado pelos ativos do Master considerados “podres”.

BRB impôs sigilo a todos os documentos do caso

O BRB impôs sigilo a todos os documentos internos relacionados à compra do Master. Em resposta a um pedido da Coluna com base na Lei de Acesso à Informação, o banco estatal alegou que a divulgação dos dados comprometeria sua competitividade no mercado financeiro. A decisão foi reforçada pelo presidente do banco, Paulo Henrique Costa.

Leia o comunicado do BRB

“O BRB reforça que sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central do Brasil sobre todas as operações relacionadas ao Banco Master.

O Banco informa, ainda, que nenhuma prisão foi realizada na manhã desta terça-feira (19). A decisão judicial que orienta a atuação da Polícia Federal nas dependências do Banco determina, exclusivamente, o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro pelo prazo de 60 dias.

A Instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na condução de suas atividades. O Banco segue operando normalmente, garantindo a continuidade integral dos serviços e preservando a segurança das operações, dos clientes, dos parceiros e de toda a sua estrutura operacional.”

 

 

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