Perícia da PF conclui que Bolsonaro tentou abrir tornozeleira com fonte de calor
Peritos da Polícia Federal concluíram que a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi violada com uma fonte de calor direcionada para a abertura do equipamento. O resultado da perícia é compatível com a versão do próprio ex-presidente, que admitiu ter usado um ferro de solda no aparelho.
O Estadão apurou com investigadores da PF que o primeiro laudo foi concluído nesta segunda-feira, 24, e atestou a tentativa de violação do dispositivo.
O equipamento foi submetido a diferentes testes no Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal, em Brasília.
Os peritos fizeram análises microscópicas e exames de microfluorescência de raio x, que identificaram a presença de ferro na área queimada. Já nas partes íntegras do equipamento não havia resquícios de ferro.
O laudo formalizou tecnicamente a constatação de que o equipamento foi submetido a aquecimento direcionado para a abertura.
Profissionais especializados em local de crime e peritos de eletrônicos participaram da perícia.

Uma das razões que levou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a decretar a prisão preventiva do ex-presidente foi uma notificação de violação da tornozeleira neste sábado, 22, às 0h08.
A ocorrência foi identificada pelo Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal, responsável pela instalação e monitoramento dos dispositivos.
Após a avaliação de que a tornozeleira estava com o case danificado, um novo equipamento foi instalado até que Bolsonaro foi preso na manhã de sábado.
Moraes considerou que Bolsonaro pretendia fugir para não cumprir a pena de 27 anos e 3 meses no processo da trama golpista.
Nesta segunda-feira, 24, a Primeira Turma do STF confirmou a decisão por unanimidade e manteve o ex-presidente preso em uma sala na sede da PF em Brasília.
