25 de novembro de 2025
Politica

Após defender Bolsonaro, Nunes diz ser ‘difícil entender’ rompimento da tornozeleira

Dois dias após afirmar que Jair Bolsonaro (PL) “sempre cumpriu suas obrigações com a Justiça”, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), adotou tom mais cauteloso ao comentar a prisão do ex-presidente. Na noite desta segunda-feira, 24, Nunes disse ser “difícil entender” o que levou Bolsonaro a tentar romper sua tornozeleira eletrônica, episódio que motivou a ordem de prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“É difícil entender o que uma pessoa na idade dele está passando, os problemas de saúde. O que eu vi pela imprensa, que reproduziu a versão dele, é que estava sob efeito de medicamento”, afirmou Nunes. “É muito difícil comentar algo se não estávamos lá, no momento, para acompanhar.”

A declaração ocorre após a divulgação do vídeo em que Bolsonaro admite ter violado a tornozeleira eletrônica e do resultado da perícia no equipamento. No sábado, 22, antes da circulação das imagens, Nunes havia defendido publicamente o ex-presidente.

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que Bolsonaro estava em situação ‘muito difícil emocionalmente’ ao danificar tornozeleira
Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que Bolsonaro estava em situação ‘muito difícil emocionalmente’ ao danificar tornozeleira

O alerta de rompimento do dispositivo foi um dos elementos considerados por Moraes para decretar a prisão de Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, ainda na madrugada de sábado. Nunes falou com jornalistas durante evento que reuniu políticos e empresários no hotel Palácio Tangará, na zona sul da capital paulista. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), esperado na programação, não compareceu.

Impacto político e apoio a Tarcísio

Ao comentar os efeitos da prisão de Bolsonaro na corrida eleitoral, Nunes afirmou seu apoio irrestrito a Tarcísio em 2026, seja em eventual tentativa de reeleição ao governo paulista, seja numa disputa presidencial.

“Acho que (Tarcísio) é o melhor quadro que o Brasil tem. A gente não pode perder a capacidade que ele tem de gestão, como ser humano, alguém sensível, que sabe respeitar as contas públicas e realizar obras e trabalho social”, disse.

Nunes chegou a ser cotado para suceder o governador, mas seu nome perdeu força após críticas feitas pelo vice-prefeito, coronel Mello Araújo (PL), aliado de Bolsonaro, ao próprio Tarcísio. O prefeito citou o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth como “tendência natural” para disputar o governo paulista. “Evidentemente, você vai ter que sentar com outros partidos, dialogar com todo mundo”, afirmou.

 

 

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