27 de novembro de 2025
Politica

Governo pode beneficiar Azul, que está em recuperação nos EUA, com fundo para baratear combustível

A poucos dias do prazo final para o plano de recuperação da Azul ser contestado ou homologado na justiça dos Estados Unidos, o governo Lula avalia dar “uma força” à companhia.

O Comitê Executivo de Gestão, da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) convocou uma reunião para esta quinta-feira, 27, na qual decidirá sobre a liberação de um fundo que, na prática, vai baratear o preço do combustível para as aéreas. O tema é polêmico pois envolve questionamentos de desvirtuamento do uso de recursos do Fundo de Garantia à Exportação (FGE).

Sem alarde, o comitê incluiu o item como “outros assuntos” no último tópico da pauta fazendo apenas a seguinte referência: “Proposta de Novo Produto voltado ao Crédito Interno para Aviação Civil e Indução da Transição Energética e proposta de metodologia de contrapartida vinculada à cobertura do Fundo de Garantia às Exportações (FGE) para aquisição de querosene de aviação.”

A possibilidade de usar o FGE para essa nova finalidade já foi aprovada pelo Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig). Agora, se passar pelo Gecex-Camex, as companhias terão acesso a R$ 2 bilhões. Mas a principal beneficiada, segundo apurou a Coluna do Estadão, será a Azul. A reportagem já entrou em contato com a companhia e aguarda manifestação.

Fontes avaliaram à Coluna que o montante poderá ser usado, na prática, como uma espécie de capital de giro pela companhia. E o indicativo de que terá combustível mais barato servirá de argumento para a aprovação do plano de recuperação nos Estados Unidos. A audiência de confirmação na Justiça americana está prevista para 11 de dezembro. Mas o prazo para objeções à proposta se encerra na próxima segunda-feira, dia 1º.

A Azul pretende eliminar US$ 2 bilhões em dívidas do balanço por meio do plano.

Mudança da finalidade do fundo de exportação e agilidade do processo surpreendeu setor

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a aprovação do uso de recursos do FGE para cobrir financiamentos para compra de combustível surpreendeu integrantes do setor aéreo. Diferente do acesso ao Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), que é um pleito setorial, essa foi uma demanda específica levada para o governo pela Azul, que pode ser a mais beneficiada pelo instrumento. A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), assim como Gol e Latam, não teriam participado das discussões.

Avião Airbus A330 da Azul decolando
Avião Airbus A330 da Azul decolando

CEO da Azul é réu na CVM por divulgar projeções de resultados

O CEO da Azul, John Peter Rodgerson, e tornou réu em processo sancionador na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após divulgar a projeção de receitas para 2024. Conforme informou o Estadão/Broadcast, a acusação teve origem em um processo administrativo, instaurado pela Superintendência de Relações com Empresas da reguladora. O objetivo no procedimento inicial foi analisar a divulgação de projeções feitas por ele em entrevista veiculada em agosto de 2024.

Na ocasião, o executivo informara que esperava receita de R$ 20 bilhões para 2024 e a possibilidade de geração de R$ 1 bilhão de receita adicional em 2025 em razão do plano estratégico. A acusação a Rodgerson foi assinada no dia 5 de novembro.

 

 

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