Tarcísio, MP e Receita reivindicam ‘paternidade’ de megaoperação contra o Grupo Refit
A Operação Poço de Lobato, deflagrada nesta quinta-feira, 27, para investigar um esquema bilionário de sonegação envolvendo o Grupo Refit, dono da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, deflagrou uma corrida entre o Governo de São Paulo, o Ministério Público do Estado e a Receita Federal. Todos reivindicam a “paternidade” da megaoperação e querem ter o nome associado à ofensiva.
Publicamente, os órgãos mantêm discursos alinhados, mas nos bastidores há uma movimentação para ganhar protagonismo em torno da iniciativa.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou presença na coletiva de imprensa convocada nesta manhã para dar detalhes sobre a operação. Servidores do governo costumam participar desses eventos no lugar do chefe do Executivo.

Interlocutores de Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes fizeram questão de destacar que o governador se reuniu com o ministro Edson Fachin, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e conseguiu no mês passado uma decisão que permitiu a cobrança do ICMS da Rodopetro, distribuidora do Grupo Refit, nas operações comerciais para São Paulo. A mensagem que buscam transmitir é a de que o governo está envolvido no tema.
O Ministério Público de São Paulo informou que a operação foi deflagrada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (Cira/SP), força-tarefa formada por representantes da Secretaria da Fazenda e do Planejamento de São Paulo, Procuradoria-Geral do Estado e Ministério Público de São Paulo.

A PGE destacou que, por se tratar de um devedor contumaz do Estado, foi o órgão quem acionou o Ministério Público, que, por sua vez, iniciou a investigação criminal. A Procuradoria-Geral do Estado também informou que “adotou medidas legais” para bloquear imediatamente R$ 8,9 bilhões dos investigados.
Segundo o Governo de São Paulo e o Ministério Público do Estado, a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda participaram da operação de maneira “integrada”.

Correndo em paralelo, a Receita Federal em São Paulo divulgou que o grupo investigado mantém relações financeiras com empresas e pessoas ligadas à Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que mirou um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Faria Lima. A informação não foi confirmada pelo MP.
