27 de novembro de 2025
Politica

Tarcísio, MP e Receita reivindicam ‘paternidade’ de megaoperação contra o Grupo Refit

A Operação Poço de Lobato, deflagrada nesta quinta-feira, 27, para investigar um esquema bilionário de sonegação envolvendo o Grupo Refit, dono da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, deflagrou uma corrida entre o Governo de São Paulo, o Ministério Público do Estado e a Receita Federal. Todos reivindicam a “paternidade” da megaoperação e querem ter o nome associado à ofensiva.

Publicamente, os órgãos mantêm discursos alinhados, mas nos bastidores há uma movimentação para ganhar protagonismo em torno da iniciativa.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou presença na coletiva de imprensa convocada nesta manhã para dar detalhes sobre a operação. Servidores do governo costumam participar desses eventos no lugar do chefe do Executivo.

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estará na coletiva.
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, estará na coletiva.

Interlocutores de Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes fizeram questão de destacar que o governador se reuniu com o ministro Edson Fachin, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e conseguiu no mês passado uma decisão que permitiu a cobrança do ICMS da Rodopetro, distribuidora do Grupo Refit, nas operações comerciais para São Paulo. A mensagem que buscam transmitir é a de que o governo está envolvido no tema.

O Ministério Público de São Paulo informou que a operação foi deflagrada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (Cira/SP), força-tarefa formada por representantes da Secretaria da Fazenda e do Planejamento de São Paulo, Procuradoria-Geral do Estado e Ministério Público de São Paulo.

Prédio do Ministério Público em São Paulo; investigação é conduzida pelo Cira.
Prédio do Ministério Público em São Paulo; investigação é conduzida pelo Cira.

A PGE destacou que, por se tratar de um devedor contumaz do Estado, foi o órgão quem acionou o Ministério Público, que, por sua vez, iniciou a investigação criminal. A Procuradoria-Geral do Estado também informou que “adotou medidas legais” para bloquear imediatamente R$ 8,9 bilhões dos investigados.

Segundo o Governo de São Paulo e o Ministério Público do Estado, a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda participaram da operação de maneira “integrada”.

Receita associa investigação à Operação Carbono Oculto.
Receita associa investigação à Operação Carbono Oculto.

Correndo em paralelo, a Receita Federal em São Paulo divulgou que o grupo investigado mantém relações financeiras com empresas e pessoas ligadas à Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que mirou um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Faria Lima. A informação não foi confirmada pelo MP.

 

 

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