27 de novembro de 2025
Politica

CPI do INSS retira de pauta convocação de Messias e adia votação para semana que vem

BRASÍLIA – A CPI do INSS retirou de pauta nesta quinta-feira, 27, os requerimentos para convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias, após pressão de governistas. O tema deverá ser apreciado na semana que vem.

Parlamentares da oposição que compõem o colegiado têm cobrado um depoimento do ministro, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O vice-presidente da CPI, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), à esquerda; o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sentados; conversam com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP)
O vice-presidente da CPI, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), à esquerda; o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sentados; conversam com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP)

Ele entrou no alvo da comissão após o Estadão revelar que a pasta ignorou um alerta de servidores que apontou o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi-FS) como um dos principais envolvidos em suspeitas de descontos associativos ilegais a aposentados.

A entidade tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula, e aparece em um processo interno da AGU, de 2024, que listou nove “principais” entidades com “aumento significativo” de reclamações judiciais sobre descontos não autorizados. Mesmo assim, Messias a deixou de fora de um pedido de bloqueio dos bens de associações suspeitas de fraudar aposentados feito em maio.

A medida, que pretendia bloquear R$ 2,5 bilhões em bens, foi anunciada pelo ministro após a primeira fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, no mês anterior.

Os documentos afirmam textualmente que essas informações serviriam para “encaminhamento de pedido de providências” junto à autarquia previdenciária para dar “início ao procedimento de averiguação de indícios de irregularidades e instauração de processo administrativo de cancelamento dos convênios”. A observação foi feita em abril de 2024.

Como mostrou o Estadão, em maio deste ano, Messias disse em entrevista que a CPI poderia atrapalhar o ressarcimento das vítimas do esquema dos descontos associativos ilegais. Uma semana antes, o requerimento para criação da CPI Mista havia sido protocolado no Congresso, com assinaturas de 223 deputados e 36 senadores.

“Eu só tenho uma preocupação, porque nós temos pressa para construir um modelo jurídico e devolver os recursos para os aposentados e pensionistas. Eu me preocupo se uma CPMI, neste momento, não pode atrapalhar este processo de devolução dos recursos para os aposentados e pensionistas”, disse, durante participação no programa “Bom Dia, Ministro”.

A comissão tem sido alvo de críticas por poupar pessoas possivelmente ligadas ao esquema e que poderiam se tornar investigadas.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *