27 de novembro de 2025
Politica

Juíza chama Ricardo Magro de ‘líder’ de organização criminosa para sonegação de R$ 26 bi

A juíza Márcia Mayumi Okoda Oshiro, da 2.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo, classificou o empresário Ricardo Andrade Magro, do Grupo Refit, como ‘líder’, ‘figura central’ de uma suposta organização criminosa para sonegação bilionária de tributos.

Megaoperação realizada nesta quinta, 27, mira alvos ligados ao Grupo Refit, dono da antiga refinaria de Maguinhos, no Rio, e dezenas de empresas do setor de combustíveis
Megaoperação realizada nesta quinta, 27, mira alvos ligados ao Grupo Refit, dono da antiga refinaria de Maguinhos, no Rio, e dezenas de empresas do setor de combustíveis

A magistrada autorizou nesta quinta, 27, a Operação Poço de Lobato, com ordem de buscas em endereços residenciais e comerciais dos alvos da investigação que pega a Refit e aponta sonegação de R$ 26 bilhões em impostos estaduais e federais.

Veja quem é quem na lista dos investigados, segundo a decisão judicial.

1) Ricardo Andrade Magro (Líder)

É a figura central que supostamente comanda toda a organização criminosa. Sua atuação vai desde a sonegação fiscal bilionária (ICMS-ST) até o complexo esquema de lavagem de dinheiro. Os indícios de autoria são retirados do controle de todo o ecossistema, haja vista que é sócio do escritório de advocacia Magro Advogados, proprietário da empresa de tecnologia Roar Inovação que unifica as operações de todas as distribuidoras, e acionista de diversas holdings que controlam os fundos de blindagem. Ainda, do que se depreende do conjunto até então amealhado, há indícios de utilização de seus familiares e executivos de confiança para a interposição societária, garantindo que o seu nome não figure diretamente nas distribuidoras operacionais, mas mantenha o controle e os proventos ilícitos.

2) João Manuel Magro

Pai de Ricardo e interposta pessoa societária, figurando como sócio ou administrador em empresas antigas do Grupo, como a Fera Lubrificantes, a fim de proteger o filho de qualquer responsabilidade direta.

3) Gabriela Magro

Sócia da Edrosa Consultoria e Empreendimentos Ltda, uma das principais holdings imobiliárias da família, que possui vasta quantidade de ativos. Ela é usada para acumulação de patrimônio adquirido com os lucros da sonegação.

4) Cristiano Beraldo

Mantém empresas offshore nos EUA (REAL ESTATE ASSETS, OCEANA KB REAL ESTATE, QUANTUM BAY, HM MIA, CASCAIS BAY) que coincidem em endereço com as de Ricardo Magro, provando a continuidade do esquema internacional de blindagem. Passou a ser CEO da J. GLOBAL ENERGY INC. (parceira de Manguinhos).

5) Josias Pedroso

Executivo que atua como elo entre a gestão dos fundos de blindagem e as empresas offshore, um dos diretores da MYKONOS HOLDING S.A., a empresa que possui a rede de postos de combustível GULF e que é controlada pelo MYKONOS FUNDO. Figura como administrador da UNION INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA (empresa que registra contas do Fundo MYKONOS) e é o procurador da offshore SANTIUS INVESTMENTS LLC (sediada em Delaware, EUA), que é sócia da UNION. É ex-contador da T LIQ LOGISTICA E SERVICOS LTDA (braço logístico do Grupo que compartilha MAC ADDRESS e endereços com a FERA).

6) Luís Antônio Dias Soares

Braço direito financeiro de Ricardo Magro, sendo o principal responsável por estruturar toda a blindagem via fundos e fintechs. Ele é o presidente da EUROVEST S.A. e acionista da EUROVEST ASSET MANAGEMENT, as entidades-chave que gerenciam R$ 72 bilhões em movimentação atípica para o Grupo. Ele figura como administrador e sócio em diversas empresas da ponta do varejo (DIVINO SERVIÇOS) e em holdings do núcleo financeiro (como as que controlam o FEATBANK), comprovando seu papel na criação e operação dos veículos de lavagem de dinheiro.

7) Manuel Joaquim Andrade

Avô de Ricardo Andrade Magro, atua na blindagem patrimonial e na manutenção do caráter familiar da gestão. Ele figura como sócio em empresas que se envolveram na dívida inicial (FERA LUBRIFICANTES).

8) Tiago Gotierre de Assis

‘Figura essencial’ que liga a ponta final da fraude (o varejo) ao comando contábil da organização. É o contador responsável pelas demonstrações financeiras da REFINARIA DE PETRÓLEOS DE MANGUINHOS, da MANGUINHOS DISTRIBUIDORA e da GASDIESEL (os principais devedores do esquema). Paralelamente, atua como diretor da MYKONOS HOLDING S.A., a empresa criada para adquirir e operar a rede de postos GULF, garantindo que os lucros da fraude sejam escoados no varejo sob uma fachada internacional.

9) Eric Luiz Holtz

Executivo que atua como elo estratégico entre o núcleo financeiro/logístico do Grupo REFIT e a blindagem internacional em paraísos fiscais. Sua autoria se manifesta no controle da estrutura de offshores que sustenta a organização. Ele é a pessoa física que representa legalmente no Brasil a offshore BAKERSFIELD INVEST LLC (sediada em Delaware, EUA), o que indica a participação ativa na criação de empresas interpostas estrangeiras utilizadas para injetar capital ou ocultar ativos para o Grupo.

10) Jorge Berdasco Martinez

Sócio do MAGRO ADVOGADOS ASSOCIADOS e figura como o principal executor formal da blindagem societária. Do que consta, sua atuação extrapola a atividade jurídica, atuando ativamente na criação da estrutura de ocultação. Ele é quem subscreveu os atos constitutivos das Holdings (EV2, EV3, PMT) que controlam as Instituições de Pagamento do Núcleo Financeiro (FEATBANK, RUBYBANK). comprovando a instrumentalização do Núcleo Jurídico para a Lavagem de Dinheiro. Adicionalmente, ele emitiu o Legal Opinion que deu aparência de licitude à compra de crédito suspeita pelo SAINT-TROPEZ FIDC, vinculando-o diretamente às operações financeiras fraudulentas do Grupo.

11) Ângelo Tadeu Lauria

Sócio formal da RODOPETRO DISTRIBUIDORA DE PETRÓLEO LTDA., a empresa interposta que sucedeu a FERA/FLAGLER e que foi utilizada para simular a emissão de notas fiscais para o combustível que continuava saindo fisicamente da Refinaria Manguinhos.

12) Antônio Santos Oliveira

Administrador da ATHENA REAL ESTATE LTDA., a empresa que comprou um imóvel com um superfaturamento de mais de 9.500% (RS 65,5 milhões por um bem de R$ 684 mil) através do EUV GLADIATOR FIP. Sua função é indispensável na execução desta operação clássica de reinserção de capital ilícito. Também é o administrador do TIF – TERMINAL INTERMODAL FUTURO LTDA. (antiga TRANSO TRANSPORTES), uma das bases logísticas do Grupo, comprovando seu papel na operacionalização da fraude do combustível sonegador. eu vínculo com JORGE BERDASCO MARTINEZ (sócio do escritório de advocacia de Ricardo Magro) prova que ele é uma pessoa de confiança do Núcleo Jurídico, essencial para executar a estratégia de blindagem e lavagem da organização.

13) Victor Volpato Ettruri

Principal operador das fintechs. administrador das 11 instituições de pagamento do Grupo (FEATBANK, RUBYBANK, etc.) е diretor da EURO GESTÃO. Figura como responsável por executar a centralização e a mistura do fluxo financeiro do Grupо.

14) Pedro Zuaid

Filho de Luís António e executivo operacional do núcleo financeiro, a pessoa que executa o comando. Ele é o diretor da EUROVEST e diretor estatutário das diversas empresas do ecossistema FEATBANK (Pagamentos, Asset, Cobrança), que são usadas como “bolsões” para misturar e movimentar os recursos ilícitos da sonegação. Sua função é fundamental na quebra do rastro contábil e na criação de uma estrutura paralela de pagamentos para o Grupo.

15) Pedro Batista Filho

Um dos diretores da MYKONOS HOLDING S.A.. a holding que é o veículo de aquisição e gestão da vasta rede de postos de combustível de bandeira GULF.

16) Raphael Vicentini

Executivo ligado às operações no exterior e a novos empreendimentos. Ele é o CEO da SHERIDAN RESOURCES HOLDING S.A. e ligado à ECOMAR REFINARIA, sendo o responsável por articular a remessa de capital ilícito via fundos como o EUV ZEUS para offshores em Delaware, com o objetivo de retirar os lucros da sonegação do país.

17) Pedro Salmeron Carvalho

Controlador e administrador do Grupo FIDD, que se constitui no braço que empresta a fachada de legalidade para a estrutura de Fundos de Investimento do GRUPO REFIT.

18) Jorge Luiz Cruz Monteiro

Principal ‘longa manus’ de Ricardo Andrade Magro. Ocupa simultaneamente os cargos de Presidente Executivo e Membro do Conselho na REFINARIA DE PETRÓLEOS MANGUINHOS S.A., a origem do débito de R$ 9,8 bilhões. É Presidente da MANGUINHOS DISTRIBUIDORA S.A. e Administrador da GASDIESEL SERVIÇOS LTDA. (Fera Energia), o que indica sua posição de comando na execução das atividades empresariais que resultaram na inadimplência tributária criminosa. Atua ainda como Diretor na factoring BRICKELL B FOMENTO S.A., integrando o braço operacional ao núcleo financeiro do Grupo.

19) Carlos Eduardo Garcia Cotta

Executivo de confiança е interposta pessoa na gestão de ativos que foram posteriormente absorvidos pela estrutura financeira da organização criminosa. Figura como ex-administrador da LOGFIT LOGÍSTICA E SERVIÇOS S/A (braço de transporte da Família Magro) e foi administrador do posto DIVINO SERVIÇOS AUTOMOTIVOS LTDA (bandeira GULF).

20) Michael Gomes Silveira

Contador responsável pelas duas entidades centrais do Núcleo Financeiro e de Blindagem: a YIELD FINANCIAL SERVICES S.A. (o braço financeiro original do Grupo, condenado pelo COAF por lavagem de dinheiro) e a CHURCHILL INVESTIMENTOS S.A. (a holding que é a principal cotista dos Fundos de Investimento usados para remessa de capital ao exterior, como o EUV ZEUS).

21) Anderson Bertoni

Operador de holdings e fundos de investimento, figura como administrador da CHURCHILL INVESTIMENTOS e BORLANGE SP PARTICIPAÇÕES, duas holdings que são as cotistas principais dos Fundos de Investimento (FIPs/FIDCs) mais usados na lavagem e remessa de dinheiro para o exterior. Sua atuação garante que os lucros ilícitos sejam revertidos em cotas de fundos, com aparência de legalidade. Foi alvo de condenação formal pelo COAF (Decisão nº 13/2024), por infrações à Lei de Lavagem de Dinheiro por meio de sua atuação na YIELD FINANCIAL SERVICES S.A..

22) Renato Freire Leal

Executivo ligado ao Núcleo Logístico (LOGFIT LOGÍSTICA E SERVIÇOS S/A) e à expansão do Grupo (sócio da GRAN BAHIA REFINARIA). Pelos indícios, seu papel é garantir o escoamento dos combustíveis sonegados e a expansão do esquema de fraude para novos estados (BA), utilizando o suporte dos fundos de investimento.

23) Marcelo Ralo

Executivo da confiança que atua como administrador em FIPs do Grupo, como o EUV DENALI, que controla ativamente distribuidoras como a DIRECIONAL DISTRIBUIDORA. Ele também possui vínculos familiares, figurando como interposta pessoa em empresas de cunhados ligadas à fraude, garantindo o controle acionário e operacional do Grupo sobre ativos estratégicos.

24) Luiz Carlos da Silva

Possui vínculo familiar e executivo com o núcleo de comando da organização. Ele é cunhado de MARCELO RALO (Administrador da DIRECIONAL DISTRIBUIDORA e executivo ligado aos FIPs do Grupo), provando que o controle das distribuidoras sucessoras é dado a pessoas de confiança e familiares do círculo de comando. Atua como Administrador da ORIZONA COMBUSTÍVEIS S.A. e da PINECREST DISTRIBUIDORA S.A., empresas que assumiram o fluxo de combustíveis sonegados após as restrições à FERA e FLAGLER. Essas empresas foram comprovadamente usadas para burlar os Regimes Especiais de Oficio (REOs) da SEFAZ/SP, mantendo ativa a fraude fiscal estruturada. Sua administração está ligada a transaçdes imobiliárias internas (DIRECIONAL para PINECREST), indicando a integração societária e o uso de empresas do Grupo para movimentação de ativos.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *