Candidato da direita ainda precisa do aval de Bolsonaro para decolar na eleição, indica pesquisa
Mesmo com Jair Bolsonaro preso, o nome da direita ao Palácio do Planalto ainda precisa do aval do ex-presidente para se fortalecer com vistas a 2026. É o que indica uma pesquisa Real Time Big Data que analisou, nos dias seguintes à prisão, quais são as linhas ideológicas predominantes do eleitorado em 8 Estados. O resultado dos primeiros levantamentos estaduais do instituto é que candidatos lulistas e bolsonaristas largam com vantagem na disputa, refletindo a polarização política no País.
Integrantes do Centrão sonham em lançar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência no ano que vem sem precisar pedir benção ao ex-presidente, mas o levantamento, feito em meio à repercussão da prisão, aponta que Bolsonaro mantém capital político. Mesmo no Nordeste, onde o lulismo é a maior força, a segunda opção é de forma majoritária um candidato ligado a Bolsonaro e não a direita tradicional.
No Paraná, 29% disseram preferir um bolsonarista no Planalto, enquanto 25% demonstraram simpatia por um candidato da direita não bolsonarista. O lulismo tem a preferência de 20%. No Mato Grosso, 27% querem um nome ligado a Bolsonaro, 24% apenas direita e 18% um lulista.
No Rio Grande do Sul, 24% citaram o lulismo, 21% o bolsonarismo e 21% a direita não bolsonarista. No Piauí, 38% afirmaram que votarão em um candidato lulista, 18% em um bolsonarista e 16% em alguém de centro. A direita tradicional aparece somente em quinto lugar, com 11%, atrás da esquerda não lulista, que marca 15%.
Na Bahia, 39% querem um lulista, 22% um bolsonarista e 15% um nome centrista. Tanto a esquerda não lulista quanto a direita não bolsonarista aparecem com 11%. Em Alagoas, 35% se identificam com um candidato ligado a Lula, 20% com nome relacionado a Bolsonaro, 15% da esquerda não lulista e 14% da direita tradicional.
Em Sergipe, 28% citaram um candidato lulista, 20% alguém de centro, 19% um bolsonarista, 15% a esquerda não lulista e 13% a direita não bolsonarista. No Maranhão, 39% votariam em um lulista, 17% na esquerda não lulista, 16% em um bolsonarista, 14% no centro e 9% na direita tradicional.
A pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 28 de novembro, com 1.200 entrevistas. A margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%.
Popularidade nos Estados
O levantamento também mostrou o contrate entre a alta aprovação de Lula no Nordeste e sua grande reprovação no Sul e no Centro-Oeste. No Maranhão e na Bahia, por exemplo, 68% e 65% aprovam o presidente, respectivamente, enquanto 27% e 31% desaprovam. No Paraná e no Mato Grosso o resultado é invertido: 67% e 65% desaprovam, enquanto 32% e 29% aprovam.

Piauí
72% aprova Lula
25% desaprova
3% não sabe
Alagoas
62% aprova Lula
33% desaprova
5% não sabe
Bahia
65% aprova Lula
31% desaprova
4% não sabe
Sergipe
61% aprova Lula
35% desaprova
4% não sabe
Tocantins
62% aprova Lula
33% desaprova
5% não sabe
Maranhão
68% aprova Lula
27% desaprova
5% não sabe
Rio Grande do Sul
56% desaprova Lula
40% aprova
4% não sabe
Paraná
67% desaprova Lula
32% aprova
1% não sabe
Mato Grosso
65% desaprova Lula
29% aprova
6% não sabe
Mato Grosso do Sul
64% desaprova Lula
30% aprova
6% não sabe
