Disputa por espólio de Bolsonaro está por trás de desentendimento entre Michelle e filhos no Ceará
Não se trata apenas de um desentendimento sobre a aproximação ou não do PL com Ciro Gomes no Ceará. A rusga pública entre Michelle Bolsonaro e os filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro é o primeiro sinal da disputa pelo espólio do patriarca.
Em conversas reservadas com a coluna, caciques da direita dizem que todos os Bolsonaro – Michelle, Flávio e Eduardo – querem ser os herdeiros de Jair. Não apenas os herdeiros políticos, mas acreditam que têm condições de ser candidatos à Presidência da República.

Portanto, críticas públicas como as de Michelle aos rumos tomados pelo partido só tendem a aumentar. E não virão só da ex-primeira dama, mas, eventualmente, serão feitas por Flávio ou por Eduardo, pois trata-se de busca por protagonismo.
A tensão entre os três só vai crescer enquanto Bolsonaro não aponta de vez seu sucessor.
E as rusgas e eventuais brigas, garantem interlocutores, terão que ser apartadas pelo próprio Bolsonaro através de emissários que tragam recados de dentro da sede da Polícia Federal onde o ex-presidente cumpre pena.
Paradoxalmente nenhum deles é visto como candidato ideal pelos políticos mais experientes. O centrão e até mesmo alguns nomes tarimbados do PL preferem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
O motivo é simples: ele tem menor rejeição do que os Bolsonaro, portanto, maior chance de vencer a eleição. E, se ganhar, poderia indultar o ex-presidente.
Nesta terça-feira, 2, está marcada uma reunião no PL para, supostamente, “enquadrar” Michelle Bolsonaro. Vai adiantar muito pouco, porque, de todos os Bolsonaro, ela é quem reúne as melhores condições de um vice ideal: mulher e evangélica.
