2 de dezembro de 2025
Salvador

Ilha de Maré vai receber projeto piloto das Cidades Resilientes em Salvador

Foto: Otávio Santos/ Secom PMS

Texto: Gilvan Santos/ Secom PMS

A Ilha de Maré, território de Salvador, foi escolhida para sediar um projeto piloto sobre resiliência. O objetivo é pensar estratégias que tornem o ambiente mais preparado para eventos climáticos e mais sustentável. Nesta terça-feira (2), representantes da Prefeitura, acadêmicos e lideranças comunitárias estão discutindo o tema durante o “Workshop: Futuro de Salvador e Resiliência Urbana”, no auditório do Arquivo Público Municipal, no Comércio.

A capital baiana participa de uma rede internacional de 100 cidades resilientes, através de uma parceria com a Arup e a Resilient Cities Network. Neste cenário, o workshop interativo vai analisar perspectivas para 2040, com base nas mudanças atuais e nas transformações do planeta. O encontro faz parte do programa Dos Dados de Risco à Ação Resiliente, financiado pela Lloyd’s Register Foundation.

A rede de cidades resilientes contratou uma empresa global, que é a Arup, para desenvolver um projeto piloto em Salvador, e a Prefeitura consultou servidores e órgãos envolvidos na temática, escolhendo a Ilha de Maré para receber a iniciativa.

O secretário de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euler, explicou que serão usados dados acadêmicos e informações das lideranças comunitárias e quilombolas para pensar as ações no território.

“Amanhã (3), vai ter uma visita à Ilha de Maré com todos os técnicos e com a equipe da Arup (empresa multinacional com sede em Londres) e das Cidades Resilientes para a gente começar a entender e a pensar políticas públicas para aquela região. Isso depois acaba extrapolando para o restante de Salvador e vai servir de referência, inclusive, para outras cidades na América Latina e no mundo. É um projeto piloto que depois vai ser replicado em outros municípios”, afirmou.

A intenção do workshop é testar e aprimorar iniciativas de resiliência já em curso, avaliando sua eficácia e flexibilidade frente aos cenários projetados. O representante da Resilient Cities Network na América Latina, Javier Garduño, destacou a importância de entender a história de cada território e aproveitar as potencialidades de cada região.

“Sobreviver, adaptar-se e prosperar. Essa é a história de nossas cidades e é também o futuro, a nossa capacidade para que, em conjunto, em equipe, possamos fazer desta cidade e deste planeta um mundo que possa adaptar-se às mudanças que vemos agora e às mudanças que haverá no futuro. E, para isso, temos que voltar atrás. Quais são as experiências e os momentos que marcaram uma cidade como Salvador? Para, a partir daí, pensar no futuro. E o que sair daqui vai ser um exemplo para as 18 cidades da América Latina que querem planejar um futuro melhor e mais resiliente”, disse.

Mudanças – Um dos intuitos do projeto é compreender a capacidade de adaptação e resposta das cidades aos eventos climáticos. O diretor da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macêdo, lembrou que, em novembro, por exemplo, Salvador teve chuvas acima do normal para o período. Foram três semanas com frentes frias e acumulados em menos de 12 horas que ultrapassaram a média histórica de todo mês.

“Nós temos três ilhas em Salvador, a de Maré, a de Bom Jesus e a dos Frades. Maré é a mais densa delas, é a que tem maior número de habitantes. Nós temos um programa de defesa civil nas ilhas que dá uma atenção especial a essas localidades, sobretudo por conta da distância geográfica. E agora, com esse trabalho transversalizado, a gente vai ter um diferencial nessa operação”, explicou.

Estratégia – Salvador se antecipou e, em 2019, lançou uma estratégia sobre resiliência. Em 2020, a cidade começou o plano de ação climática, e a meta é ser uma cidade neutra em carbono até 2049, um ano antes das outras cidades.

O workshop desta terça-feira fez uma revisão da estratégia de resiliência e do plano de ação climática, com base nas mudanças que já estão em curso. A secretária municipal da Reparação (Semur), Isaura Genoveva, destacou a relevância da escolha do território.

“É importante Salvador iniciar por Ilha de Maré, porque é um dos nossos territórios que parece que não é nosso, e porque ali a gente tem várias comunidades quilombolas. Então esse olhar mais aguçado para as comunidades que mais sofrem com o racismo, com o preconceito e também com os efeitos da crise climática é importante para ressignificar como essa cidade acolhe a maioria da sua população, as pessoas negras”, afirmou.

Acesse a galeria de fotos: Acesse a galeria de fotos: https://comunicacao.salvador.ba.gov.br/workshop-futuro-de-salvador-e-resiliencia-urbana/ . 

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