Mendonça está prestes a derrubar sigilo sobre fraudes no INSS, e CPI avançará por ano eleitoral
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem dito a colegas que pretende retirar ainda neste ano o sigilo dos processos relacionados às fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Mendonça é o relator dessas ações na Corte. Ao tornar essas investigações públicas, o magistrado deve turbinar a atuação da CPI do INSS, que tenta prorrogar seu funcionamento até maio do próximo ano.
Segundo pessoas próximas a Mendonça, os processos estão perto de uma conclusão na parte investigativa, o que permitiria retirar o sigilo dos autos. O caso das fraudes no INSS chama a atenção pela quantidade de envolvidos nos supostos crimes, que vão de agentes públicos a empresários.
Ministro ordenou nove prisões no mês passado
No mês passado, o ministro ordenou nove prisões na investigação, inclusive de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS no governo Lula. Segundo a Polícia Federal (PF), Stefanutto recebia uma propina mensal de R$ 250 mil para permitir a continuidade dos descontos irregulares de aposentadorias.
José Carlos Oliveira, ex-ministro da Previdência da gestão Bolsonaro, também foi alvo da quarta fase da Operação Sem Desconto e passou a usar tornozeleira eletrônica.
CPI tenta estender trabalho por mais dois meses
A CPI do INSS está autorizada a funcionar até março. Contudo, o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pediu no último dia 1º a prorrogação do prazo por mais dois meses, até maio de 2026. A operação da PF no último mês deu à comissão uma nova leva de frentes de investigação.
“Nós ainda temos muitos nomes ligados ao atual governo (Lula) e do anterior (Bolsonaro) para serem ouvidos. Nós não temos prazo suficiente, dado que a 2ª fase da CPI, em fevereiro, se dedicará aos bancos”, afirmou o senador.
