11 de dezembro de 2025
Politica

Flávio Bolsonaro almoça com empresários da Faria Lima em tentativa de tirá-los da órbita de Tarcísio

BRASÍLIA — O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) participou de um almoço nesta quinta-feira, 11, com empresários de São Paulo, numa tentativa de atraí-los da órbita do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a sua pré-candidatura à Presidência da República.

A agenda, feita na sede do Banco UBS, foi um pontapé numa série de encontros que Flávio deve ter nos próximos dias com figuras do mercado financeiro. Ela foi organizada pelo ex-secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo, Filipe Sabará.

Almoço de Flávio Bolsonaro e empresários da Faria Lima
Almoço de Flávio Bolsonaro e empresários da Faria Lima

Flávio foi recepcionado pela cúpula do UBS, o CEO Leopoldo Bassan (UBS), o co-CEO Marcello Chilov e Rafael Gross (Wealth Management). Em seguida, cerca de 40 empresários participaram de almoço. Entre eles Flavio Rocha (Riachuelo), Richard Gerdau (Gerdau), Alexandre Ostrowiecki (Multilaser), Helio Seibel (Duratex) e Mario Araripe (Casa dos Ventos).

Os empresários quiseram entender, segundo Sabará, se a candidatura de Flávio é definitiva ou se trata de um balão de ensaio.

“Foi uma conversa bem focada na economia. Mas a turma estava querendo se migrava de vez do Tarcísio para ele (Flávio), se a candidatura era firme mesmo, que o pessoal estava querendo migrar. Ele disse que é firme, vai até o final. Deixou a turma animada”, afirmou Sabará, organizador do almoço.

A pré-candidatura de Flávio passou a ser vista com ceticismo após ele afirmar, dois dias depois de anunciá-la, que tinha um “preço” para retirá-la, sugerindo algum tipo de blefe. No mesmo dia, o senador modulou o discurso e passou a afirmar que o “preço é Jair Bolsonaro livre e nas urnas, ou seja, não tem preço”.

No almoço, o senador foi questionado se conseguiria manter um equilíbrio fiscal e qual linha econômica seguiria. Também foi perguntado sobre taxa de juros, inflação e impostos. Flávio respondeu que daria continuidade às políticas do Ministério da Economia de Paulo Guedes.

Além de Guedes, Flávio tem tido mentoria de Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Bolsonaro, e de Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia e ex-assessor especial de Assuntos Econômicos na gestão Guedes.

A pressa de Flávio em estreitar a relação com o mercado se agravou a partir do tombo da Bolsa e da disparada no dólar assim que o projeto presidencial de Flávio se tornou público.

A leitura na Faria Lima foi de que, ao lançar uma candidatura menos competitiva como a do senador, as chances de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiriam — e por isso o comportamento negativo.

Na terça-feira, após visitar o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, na prisão, Flávio disse que começaria a conversar com atores do mercado financeiro para “desfazer” mal entendidos.

A culpa não é do mercado. O que o mercado quis sinalizar com isso? A preocupação com mais quatro anos de Lula. E eles estão cobertos de razão”, afirmou ao ser indagado por jornalistas sobre a reação negativa na Faria Lima.

Flávio tinha dito que sentaria para conversar com agentes do mercado financeiro a partir de então e que esperava que a Bolsa tivesse um comportamento mais positivo quando ele estiver à frente das pesquisas para tirar o PT do poder.

Na semana que vem, Sabará deve levar o aliado para outra rodada de encontros na Faria Lima, com empresários de bancos e fundos.

Passada uma semana do anúncio de Flávio, ele tem se dedicado a costurar apoios ao seu projeto. Na segunda-feira ele recebeu presidentes de partidos do Centrão, Antônio Rueda (União) e o senador Ciro Nogueira (PP), em sua mansão em Brasília para pedir apoio à candidatura. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, foi convidado, mas não compareceu.

Rueda e Nogueira disseram que levariam a questão a seus partidos, e uma definição deve levar tempo para sair. Pesa contra o embarque definitivo o fato de que o União já lançou sua pré-candidatura à Presidência, com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

No dia seguinte, o senador se reuniu com dirigentes estaduais do PL e com as bancadas federais no Congresso para formalizar sua candidatura — e desta vez teve apoio unânime dos correligionários.

 

 

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