Haddad diz que ‘lado de lá’ está confuso, cita rejeição de Bolsonaro e defende veto à dosimetria
BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o “lado de lá”, em referência à oposição ao atual governo, está “um pouco confuso, para dizer o mínimo”. “Eu vejo movimentos erráticos”, disse a jornalistas. Ele ainda citou a rejeição elevada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que pré-candidatos tentam estabelecer distância regulamentar.
“Se tem uma coisa que o Bolsonaro tem é instinto, aliás, talvez seja a única coisa que ele tem. Ele percebe que para ele ser rifado são dois segundos”, afirmou. E comparou a situação de Bolsonaro – preso desde novembro – à de Lula, alegando que, quando preso, o petista despertava o mesmo tipo de adesão que solto, pois, segundo Haddad, Lula representava um projeto, não uma única pessoa.
Sobre candidatos do campo da direita, ele afirmou que apostar no senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não depende de racionalidade, mas “de instinto de Bolsonaro”.
Indagado sobre qual será o mote econômico para a campanha à reeleição de 2026, Haddad respondeu ser cedo para dizer.
Defesa ao veto ao PL da Dosimetria
A respeito do Projeto de Lei da Dosimetria, que reduz penas dos condenados pelo 8 de Janeiro e beneficia o ex-presidente Bolsonaro, Haddad disse que só veio a saber da questão na reunião ministerial de quarta-feira, 17. “Do ponto de vista prático, na minha opinião, a aprovação era inevitável pelo Senado, pela contabilidade que nós tínhamos.”
“Eu penso que esse veto, quanto mais cedo ele sair, melhor. Melhor para a agenda política do País”, disse, citando a possibilidade de judicialização do tema. “Vai derrubar o veto, derruba. Vai ser judicializado, judicializa. Ou seja, esse assunto tem que ser equacionado, na minha opinião”, completou.
Fim da escala 6×1 deve ser pleito da sociedade
A respeito do fim da escala 6×1, Haddad disse que Lula acredita que esse tem que ser um pleito da sociedade, na conversa com o Parlamento e com empresários. Ele sustentou que “muitos setores” já têm jornada de 40 horas semanais.
“É um debate que vai transcorrer ao longo do ano que vem, pode vir a ser um tema de campanha, vamos ver como as forças políticas vão se manifestar. Mas eu penso que é uma agenda que ganhou tração”, afirmou.
