Moraes diz que reunião com Galípolo foi para discutir Lei Magnitsky e não cita Banco Master
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse nesta terça-feira, 23, que as reuniões com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foram para tratar de efeitos da Lei Magnitsky, imposta pelo presidente americano Donald Trump contra o magistrado em julho.
As declarações de Moraes ocorrem após a publicação de informações de que ele supostamente teria pressionado Galípolo e a autoridade monetária a aprovarem uma solução para o Banco Master, que acabou liquidado pelo BC em 18 de novembro, no contexto de um inquérito que apura fraudes bilionárias no mercado de crédito.
A nota do ministro do STF não cita o caso Master. A informação sobre a conversa entre Moraes e Galípolo foi publicada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. O presidente do Banco Central ainda não se manifestou sobre o assunto.
Moraes diz ainda que, no mesmo contexto da Magnitsky, falou com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, o presidente do BTG, Roberto Sallouti, além de vice-presidentes de Bradesco e Itaú.
“Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, completou Moraes.

Os negócios da família Moraes se tornaram alvo de escrutínio após o escândalo do Master, que tem o escritório liderado por Viviane como seu representante legal nos tribunais, no Congresso e na Receita Federal. Conforme revelado pelo O Globo, a empresa firmou contrato com o banco de Daniel Vorcaro que lhe garante R$ 3,6 milhões por mês entre 2024 e 2027. Caso o contrato tivesse sido cumprido integralmente, o escritório Barci de Moraes receberia R$ 129 milhões até o início de 2027.
Nesta segunda-feira, 22, o senador Alessandro Vieira anunciou que colherá assinaturas para uma CPI sobre o contrato e sobre a suspeita de que Moraes teria feito contatos com Galípolo em prol do Master.
